G1 Mundo

Netanyahu irrita Biden e arrisca relacionamento estratégico de Israel com os EUA

today14 de julho de 2023 9

share close

Benjamin Netanyahu vem esticando a corda ao conduzir um perigoso teste de resistência de sua coalizão, capitaneada por extremistas e ultra ortodoxos, contra a maioria da população israelense, a comunidade palestina e os EUA, o principal aliado e parceiro internacional de Israel.

O governo insiste em levar adiante a controversa reforma judicial, elaborada para enfraquecer a Suprema Corte e beneficiar o premiê acusado em três processos de corrupção, e também em avançar numa agressiva política de assentamentos na Cisjordânia.

O resultado é a irritação coletiva, que se refletiu também nas duras palavras do presidente dos EUA, Joe Biden, em entrevista à CNN no último domingo.



O presidente americano referiu-se à coalizão de Netanyahu como a mais extremista que ele já viu em Israel e aos ministros que integram o governo como parte do problema.

Em meio século de vida pública como defensor de Israel, Biden tem lugar de fala para criticar o premiê e negar-se a convidá-lo para ir a Washington nos conturbados sete meses deste governo.

Entenda conflito na Cisjordânia

Entenda conflito na Cisjordânia

Os desacordos entre ambos mereceram destaque do colunista Thomas Friedman, do “New York Times”, ao considerar ser inevitável para Biden a reavaliação dos laços entre os dois países antes que Israel saia dos trilhos.

As declarações do presidente americano e o artigo do analista tiveram grande repercussão em Israel, que registrou mais uma semana de protestos e bloqueios de rodovias contra a reforma judicial que progride no Parlamento.

“Os EUA agora são forçados a enfrentar a ‘farsa’ da reforma judicial, enquanto Israel avança em direção à destruição da solução de dois Estados e à perda de apoio americano”, afirmou Friedman.

Em editorial, o jornal “Haaretz” considerou que Netanyahu não é digno do cargo que ocupa, por sabotar o relacionamento estratégico mais importante de Israel. “Por razões cínicas de sobrevivência política, ele escolheu pôr em risco o futuro do país”.

Como bem lembrou o jornal israelense, as bases deste relacionamento especial entre os dois países tiveram no compromisso dos EUA com a segurança de Israel a principal premissa.

Imagem aérea mostra manifestação em Tel Aviv, Israel, em 1º de abril de 2023 — Foto: REUTERS/Ilan Rosenberg

Essa lealdade foi expressa na ajuda americana de US$ 180 bilhões ao país, desde a sua criação, em 1948; e nos 53 vetos dos EUA, desde 1972, em resoluções do Conselho de Segurança que condenavam as ações de Israel.

Os números demonstram que Israel não pode prescindir do incondicional apoio americano, mas os ministros radicais de Netanyahu esnobam publicamente Biden, atacando-o em nome da soberania interna.

“Não vamos demitir um ministro porque os EUA não gostam dele, não somos uma república das bananas”, esbravejou Simcha Rothman, presidente do Comitê de Constituição do Knesset e um dos maiores defensores da reforma judicial empreendida pelo premiê.

Por trás das críticas de Biden a Netanyahu há um cálculo estratégico. O presidente americano conta com o respaldo da maioria dos judeus americanos. Netanyahu, por sua vez, vem caindo nas pesquisas. Se as eleições fossem hoje, sua coalizão de extrema direita não teria chances de formar governo.

A prova dessa frieza é que mudou o interlocutor israelense nos EUA. Na próxima semana, por ocasião do 75º aniversário de Israel, será o presidente Isaac Herzog, e não Netanyahu, o convidado a falar ao Congresso americano e a ser recebido por Biden.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.

Avalie

Post anterior

G1 Mundo

Corrida de touros na Espanha deixa sete feridos; veja vídeo

Festival polêmico em Pamplona, em que os animais são soltos nas ruas e milhares de pessoas correm juntos, terminou nesta sexta (14). Feridos foram hospitalizados mas estado não é grave, disseram autoridades. Corrida de touros deixa feridos no norte da Espanha Sete pessoas ficaram feridas durante o último dia do tradicional e polêmico festival de corrida de touros nas ruas de Pamplona, no norte da Espanha, nesta sexta-feira (14). Segundo autoridades locais, os feridos foram hospitalizados, mas não correm risco […]

today14 de julho de 2023 11

Publicar comentários (0)

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.


0%