Uma onça-parda foi flagrada nadando pelo Rio Ribeira, em Iguape, no interior de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (25). Dois pescadores que moram no bairro Rocio, banhado pelo afluente, registraram em vídeo o animal.
Carlos Franco e o avô dele, José Roberto Franco, filmaram o momento em que o felino atravessa o rio, chega em terra firme e segue em direção a Ilha Comprida.
No vídeo obtido pelo g1 nesta quinta-feira (25), a onça corta o rio a nado, enquanto se encaminha à terra firme em Iguape, no interior de SP. — Foto: Reprodução
Segundo a Polícia Militar, o local é o habitat natural da onça-parda que vive em áreas de Mata Atlântica. Por se tratar de um bioma tropical, composto por uma diversidade de formações vegetais, é o espaço ideal para essa espécie viver.
O médico veterinário Eduardo Paiva confirmou ao g1 que se trata da espécie Suçuarana, conhecida como onça-parda, e que faz parte da família dos pumas. “Ela habita todos os tipos de bioma, tanto o cerrado, quanto a floresta tropical”.
No vídeo obtido pelo g1 nesta quinta-feira (25), a onça corta o rio a nado, enquanto se encaminha à terra firme em Iguape, no interior de SP. — Foto: Reprodução
“Ela está no topo da cadeia alimentar, de natureza solitária e de hábitos noturnos”, definiu o veterinário especialista em animais silvestres, Gabriel Silva.
Segundo ele, esses animais dificilmente são observados à luz do dia, mas não causa estranheza se avistados pela manhã, principalmente se for em habitat natural, como o Rio Ribeira.
Segundo Silva, a onça-parda se encontra e situação pouco preocupante de ameaça de extinção, e é comum serem vistas em ambientes urbanos, já que costumam percorrer áreas com mais de 100 quilômetros quadrados. “Já foram avistados em ambientes urbanos e não oferecem riscos aos seres humanos”.
O veterinário ressalta, porém, que, apesar de serem animais classificados em seu estado de conservação como LC (pouco preocupante), conforme o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), se trata de uma espécie que sofre com a perda do habitat natural.
De acordo o especialista, isso pode ser causado tanto pela redução de vegetação nativa, quanto pela queda de presas que serviriam de alimento para esses animais. ” Por isso, elas também passam ser cada vez mais observadas próximos de áreas urbanas”.
Silva explica que esse animal não tem o costume de atacar pessoas, a não ser que se sinta ameaçado ou acuado, como quando estão com filhotes. “Se não forem importunadas, [as onças-pardas] vão continuar seguindo o seu caminho”.
Ele orienta que, ao avistar um animal desses, deve-se manter distância e não tentar assustá-lo na intenção de afugentar.
De acordo com Danilo Sato Martins, médico veterinário, a onça-parda é o segundo maior felino do Brasil, e podem ficar com aproximadamente 2,5m de comprimento. “Ao se deparar nunca se aproximar dele, mesmo que esteja dentro d’água”, ressalta.
Martins alerta, ainda, que, em hipótese alguma deve-se tentar bater ou usar armas de fogo para matar ou afastar o animal. “Isso é crime ambiental e, caso ele esteja em alguma propriedade, é preciso acionar a Policia Ambiental da cidade“.
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