Catherine Colonna irá liderar os trabalhos do time de investigação à UNRWA, que é acusada de ter funcionários envolvidos nos ataques terroristas do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023. (Leia mais abaixo)
Catherine vai trabalhar com três organizações diferentes: o Instituto Raoul Wallenberg, da Suécia, o Instituto Chr. Michelsen, da Noruega, e o Instituto Dinamarquês de Direitos Humanos.
Segundo o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, o time de Catherine Colonna irá avaliar a capacidade da UNRWA de garantir a neutralidade e de responder às acusações de violações decorridas da suposta participação de seus funcionários nos ataques de 7 de outubro.
Ainda segundo Guterres, um relatório preliminar da equipe de auditoria será apresentando até o final de março, com entrega de um relatório definitivo até o final de abril, que será público.
Espanha e Portugal continuarão doações
A Espanha afirmou nesta segunda-feira (5) que enviará à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) mais 3,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 18,8 milhões). A medida vai na contramão do que diversos países fizeram nos últimos dias.
Por exemplo, dez dos principais países financiadores da agência suspenderam temporariamente suas doações à entidade: Alemanha, EUA, Austrália, Japão, Itália, Holanda, Canadá, Finlândia, Suíça e Reino Unido.
A suspensão do financiamento por alguns dos países é motivada pelas acusações de um suposto envolvimento de funcionários da UNRWA nos ataques terroristas do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023. Segundo o governo israelense, 12 funcionários da agência estiveram envolvidos no ataque que iniciou a guerra.
“A situação da UNRWA é desesperadora e existe um sério risco de que as suas atividades humanitárias sejam paralisadas em Gaza dentro de algumas semanas”, disse o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares. Em 2023, Madri ofereceu 18,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 100 milhões) à agência.
Pessoas fazem fila para receber ajuda em um centro de ajuda da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) no campo de refugiados palestinos Jaramana, em Damasco, na Síria, neste domingo (2) — Foto: Louai Beshara / AFP
Outro país que também anunciou apoio financeiro à UNRWA foi Portugal. Na última sexta-feira (2), o governo português declarou que repassará 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,37 milhões).
O ministro das Relações Exteriores português, João Cravinho, escreveu na rede social X (antigo Twitter), que é essencial “não virar as costas à população Palestina neste momento difícil”.
Um porta-voz da agência também disse que se o financiamento não for retomado, a UNRWA conseguirá prestar seus serviços em toda a região, incluindo Gaza, até fevereiro.
Suposta relação da UNRWA com o Hamas
A UNRWA, criada em 1949 após a primeira guerra árabe-israelense, oferece serviços que incluem educação, cuidados primários de saúde e ajuda humanitária aos palestinos em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Síria e Líbano.
De acordo com a agência, metade de seu orçamento é investido em educação. A agência mantém mais de 700 escolas, o que faz dela a única organização da ONU a operar um sistema escolar completo, de acordo com um comunicado à imprensa de maio de 2023.
Porém, o porta-voz do governo israelense, Eylon Levy, afirmou que a UNRWA é uma fachada para o Hamas.
“A agência foi comprometida de três maneiras: contratando terroristas em massa, deixando suas instalações serem usadas para atividades militares do Hamas e se apoiando no Hamas para a distribuição da ajuda na Faixa de Gaza”, afirmou.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, por sua vez, prometeu responsabilizar “qualquer funcionário envolvido em atos de terror” e pediu para que os países não deixem de apoiar a UNRWA.
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