O Corpo de Bombeiros suspendeu por tempo indeterminado, na última terça-feira (20), as buscas pelo casal. Em nota, a corporação informou que no período de buscas foram utilizadas todas as ferramentas e métodos disponíveis (veja mais abaixo).
José Sivaldo Alencar, de 55 anos, disse que foi comunicado pela corporação da suspensão das buscas e pediu para que o caso não seja esquecido. “[Precisa] investigar mais profundo, está errado. Os bombeiros não encontraram, trabalharam 17 dias, o cão que sente faro não encontrou. Não achou nem o Jackson e nem a moça. Acho que está tudo errado”.
Alencar contou estar muito mal com a situação. “Dói, dói muito. A gente fica triste, cortado por dentro. Quero encontrar meu filho, vivo ou morto. Eu tinha esperança, mas a cada dia perco. Como é que somem duas pessoas e não encontram vestígios de nada, de ninguém?”.
“Eu procuro, cobro pelo meu filho, só que a moça também é uma vida, um ser humano, [então] cobro por ela também. Eu perdi meu filho e a mãe dela perdeu ela. Eu acho muito triste”, afirmou.
Ainda de acordo com Alencar, ele solicitou à delegada que investiga o caso a quebra do sigilo bancário do filho, mas não obteve nenhum retorno. “A gente pediu para rastrear o telefone [também], já está com 15 dias [o pedido] e até hoje nada, não está ligando e se importando”.
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre a solicitação da quebra do sigilo bancário e telefônico, e com o Corpo de Bombeiros sobre a suspensão das buscas, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
José Jackson de Alencar, de 25 anos, desapareceu em uma trilha em Itanhaém — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que no período de buscas foram empenhados 102 homens e mulheres dos 4° e 6° Grupamento de Bombeiros, Grupamento de Ações em Emergências e Desastres (GAED), canil e Comando de Aviação da Polícia Militar.
Segundo o comunicado, as buscas foram realizadas ao longo dos 89,2 Km de extensão do rio Itanhaém com equipes que se revezaram por 16 dias, incluindo dois cães do canil do Corpo de Bombeiros, drones e aeronaves, usadas tanto para buscas quanto para o transporte das equipes que foram infiltradas e extraídas das áreas de maior dificuldade de acesso.
Os bombeiros ressaltaram que vão manter contato constante com gestores do parque e comunidades indígenas residentes da região para, caso necessário, retornar ao local.
Casal desapareceu após ser atingido por cabeça d’água e arrastado por correnteza durante trilha em Itanhaém, SP — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Oito pessoas passavam por uma ponte desativada sobre um rio quando o fenômeno cabeça d’água [aumento repentino do nível do Rio Itanhaém devido as chuvas] aconteceu e ocasionou o acidente. As imagens acima mostram o resgate das vítimas e a busca pela dupla levada pela correnteza.
De acordo com o capitão do Corpo de Bombeiros, André Elias, as oito pessoas começaram a trilha no domingo (4), sentido a cachoeira da usina, na Zona Sul de São Paulo. O grupo pernoitou no local e retornou na segunda-feira (5).
Bombeiros buscam casal que desapareceu após ser atingido por cabeça d’água em trilha em Itanhaém — Foto: Divulgação/Corpo de bombeiros
Durante o trajeto de volta, por volta das 15h, eles passaram por uma ponte desativada sobre o Rio Itanhaém, quando começou a chover.
“As pessoas foram surpreendidas por uma cabeça d’água, ou seja, aumento repentino no volume do rio. Duas dessas pessoas, um homem e uma mulher, foram levados pela correnteza”, disse Elias.
O capitão afirmou que os bombeiros foram acionados por volta das 17h. Seis das oito pessoas que faziam parte do grupo foram resgatadas durante a madrugada, e as duas vítimas levadas pelo rio são consideradas desaparecidas. Os profissionais realizam buscas para localizar o casal.
Bombeiros buscam casal que desapareceu após ser atingido por cabeça d’água em trilha em Itanhaém — Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros
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