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PM afirma que câmera corporal estava descarregada após confronto com morte na Operação Verão

today1 de abril de 2024 5

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Cesar Augusto de Jesus Santos foi morto na última sexta-feira (29) por policias do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP). Com base no boletim de ocorrência (BO), os PMs notaram o jovem armado em um cruzamento, com uma sacola e um rádio. Ele teria tentado fugir apontando o revólver contra os agentes, que reagiram com cinco disparos de fuzil e quatro tiros de outra arma não citada.

No mesmo BO consta o depoimento do sargento, de que a câmera corporal estava descarregada. Diante da situação, o g1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP) sobre a declaração do sargento da PM à Polícia Civil, com questões sobre o equipamento e a ação, mas a pasta não respondeu sobre as câmeras.

A equipe de reportagem, no entanto, levantou detalhes sobre o equipamento usado pelos policiais. Um PM, que não quis se identificar, informou que os agentes recebem as câmeras com a carga cheia já no início do expediente. (veja mais abaixo)



Sobre o caso, a SSP-SP respondeu apenas que as imagens captadas em ações são fornecidas conforme requisição do Ministério Público e fazem parte do conjunto probatório apurado pela Polícia Civil na investigação de cada episódio de morte decorrente de intervenção policial.

Ainda de acordo com a pasta, mesmo em caso de descarregamento comprovado de bateria ao longo da atividade ou problema técnico que impeça a captação total, as trilhas de auditoria e as imagens disponíveis são encaminhadas ao órgão competente.

Como é rotina com as câmeras?

As câmeras acopladas na altura do peito dos uniformes dos PMs de São Paulo são da marca Axon. Segundo apurado pelo g1, com base nos dados do fabricante, a bateria dura até 12 horas.

Um policial militar da Baixada Santista, que preferiu não se identificar, afirmou à equipe de reportagem que os agentes já recebem a câmera carregada no início do expediente. Ela grava ininterruptamente e, quando o serviço termina, o PM a devolve para que volte a ser carregada.

A equipe administrativa dos batalhões, segundo o PM ouvido pelo g1, são responsáveis pelo carregamento. “Ela [câmera] tem um sistema que descarrega todas as imagens que ela faz durante o serviço”, disse o agente.

Como funcionam as câmeras da PM de SP?

PM de SP usa câmeras da empresa americana Axon. — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

  • As câmeras são fixadas junto ao peito dos agentes e permitem um ângulo de captação de imagens privilegiado e na altura adequada;
  • Nessa posição, é possível registrar os “eventos de interesse, como a tomada da maior parte do corpo das pessoas com as quais os policiais interagem, além da captação de regiões de interesse da ação policial, sobretudo suas mãos”;
  • A fixação é forte o suficiente para impedir que a câmera caia dos uniformes em situações mais críticas, como pular muro e se deitar no chão.

Segundo o relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as câmeras da PM de São Paulo gravam de forma ininterrupta imagens e sons captados.

  • Os dados (imagens e sons) obtidos sem o acionamento da gravação são chamados pela polícia de vídeos de rotina;
  • Já os obtidos pelo acionamento proposital do policial são chamados de vídeos intencionais;
  • Para reduzir custos, a resolução das imagens dos vídeos de rotina é menor que a dos intencionais – e não armazenam o som ambiente;
  • Os vídeos de rotina ficam arquivados por 90 dias;
  • Já os intencionais ficam guardados por 1 ano;
  • Os policiais em serviço só podem retirar as COP em raros momentos (para ir ao banheiro e para fazer refeições, por exemplo).

Os agentes do BAEP realizavam um patrulhamento para combater o tráfico de drogas, por volta de 15h50 de sexta-feira (29), quando, segundo a SSP-SP, viram Cesar Augusto de Jesus Santos, de 22 anos, armado no cruzamento da Rua Marilucia dos Santos Brito com a Maurício de Lourenço.

De acordo com o relato dos PMs, o suspeito estaria com uma sacola e um rádio comunicador em mãos. E, ao notar a presença dos agentes, teria apontado a arma contra a equipe e se preparado para fugir. Os policiais revidaram.

A equipe de reportagem apurou que um dos PMs fez cinco disparos de fuzil, enquanto um segundo fez mais quatro disparos com outra arma, não especificada. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado por volta de 16h15 e constatou a morte no local.

Segundo a SSP-SP, ao lado de César foram apreendidos um rádio comunicador, uma pistola e 379 porções de drogas com maconha, cocaína, crack e haxixe, que estavam dentro da sacola. O caso registrado como tráfico de entorpecentes, posse ou porte ilegal de arma de fogo, morte decorrente de intervenção policial e legítima defesa na Delegacia Sede de Guarujá.

Vídeo mostra o PM da Rota sendo baleado no rosto em viela no litoral de SP

Vídeo mostra o PM da Rota sendo baleado no rosto em viela no litoral de SP

PM da Rota morto era da capital de SP e estava em serviço quando foi atingido por criminosos — Foto: Arquivo Pessoal

A Operação Escudo foi deflagrada na região após a morte do PM da Rota Patrick Bastos Reis, em julho de 2023. Na ocasião, o agente foi baleado durante patrulhamento em Guarujá (SP).

Nos 40 dias de ação, segundo divulgado pela SSP-SP, 958 pessoas foram presas e 28 suspeitos morreram em supostos confrontos com policiais. Desde o início da ação, instituições e autoridades que defendem os direitos humanos pediam o fim da operação.

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Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Santos.

Por: G1

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