“Era um jogador incrível, jogou em vários clubes da várzea. Até os adversários o respeitavam”, disse o irmão Flavio Cordeiro da Silva.
Segundo ele, faltaram oportunidades para que Fábio fizesse do futebol a carreira. “Ele sonhava [em ser profissional]. Tinha talento, mas, na época, tinha que ter muita sorte para seguir. Era mais difícil, precisava ter dinheiro, empresário”, explicou o familiar.
Flavio contou que o irmão foi para o futebol amador após não passar em testes de times profissionais, pois jamais abandonaria o esporte, que era sua maior “paixão”. No entanto, a modalidade não era a única praticada por Fábio, que também surfava, fazia capoeira e era um atleta exemplar.
“Não colocava açúcar na boca, as comidas eram bem certinhas, fazia academia. Era puro músculo […]. Tinha uma liderança em campo e fora de campo também”, relembrou.
Irmão (à esquerda) e primo (à direita) de Fábio (ao centro) falam sobre legado deixado. — Foto: Arquivo Pessoal
Como único irmão do atleta, Flavio disse fazer de tudo para manter a história de Fábio viva. “Era o caçulinha, então tinha um pouco de mim nele também”. Ele disse ter muito orgulho do irmão, que era seu parceiros inclusive na música. Os dois tiveram uma banda de forró.
O professor de educação física André Batista da Silva, de 41 anos, é primo e cresceu com Fábio. “Para mim, ele é o ‘Fabinho’ […]. Ensinei a chutar a bola, bater falta, essas coisas. Era uma relação de primo, mas praticamente de irmão”, enfatizou.
Ele contou que os dois aprenderam a surfar juntos e as boas memórias jamais serão esquecidas, bem como o legado de Fábio. “Menino puro, trabalhador, sereno”, descreveu o primo.
“Nos deixou mas está ajudando outras pessoas, como sempre ajudou”, disse André sobre a doação de órgãos.
Fábio sofreu o AVC na última quarta-feira (23), enquanto trabalhava como azulejista em um apartamento em Santos. O jogador foi encontrado no dia seguinte, quando a equipe que trabalhava no local chegou e o encontrou consciente, mas com o lado direito do corpo paralisado.
Ele foi socorrido até a Casa de Saúde de Santos, onde foi levado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e passou por uma cirurgia no cérebro. A morte cerebral foi constatada na manhã de sábado (26), e a família optou por doar os órgãos.
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