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Raia em risco de extinção é capturada viva pela 2ª vez pelo mesmo pescador em Bertioga, SP

today19 de janeiro de 2023 10

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A raia de número #288 foi retirada do mar duas vezes por Wesley Shkola, líder da equipe de pesca Kapiloton. Ele pescava na região próxima à praia Vista Linda, quando fez a captura do animal, na última segunda-feira (16). “Trabalho com arrasto de praia. Puxamos o pescado até a faixa de areia e acabou calhando de vir essa raia novamente”, disse.

De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a prática de arrasto de praia consiste em lançar uma rede ao mar com o auxilio de uma canoa para, posteriormente, puxá-la através de cabos. De acordo com o projeto Raias e Tubarões da Baixada Santista, a raia foi retirada da rede de pesca, não possuía ferimentos e foi devolvida ao mar.

O projeto é realizado pelos pesquisadores Alexandre Rodrigues, doutorando na UNESP e coordenador do projeto, e Bianca Rangel, doutoranda na USP. De acordo com eles, as raias e tubarões encontrados por pescadores e que são notificados ao projeto são identificados com uma marca plástica vermelha. Assim, é possível saber um pouco mais sobre a migração e uso da área de raias e tubarões.



“O projeto busca incentivar a soltura imediata das raias e tubarões capturados na pesca artesanal, de forma a garantir a sobrevivência destes animais”, informou o Departamento de Comunicação da iniciativa.

A recaptura de raias não é algo comum e possui números subnotificados, já que muitos pescadores não informam quando algum desses animais são pescados. Segundo a organização, os mesmos pescadores que pescam e matam as raias, podem ser os protagonistas da conservação destes animais. O projeto ainda recomenda a soltura imediata para que seja possível a proteção do ambiente.

Shkola, que capturou a raia pela segunda vez, trabalha no ramo há 11 anos e, há 7, ele auxilia o projeto com o grupo de pescadores Kapiloton. Para Shkola, a importância do projeto está no auxílio à conservação dos animais e do ambiente. “Estou no projeto pela conscientização, não é certo matar esses animais.”

Segundo ele, as pescas são feitas no começo e ao final do dia com uma equipe de ao menos 14 pessoas. Caso uma raia seja arrastada acidentalmente à praia, ele informa à equipe de pesquisa, que cataloga o animal. “Desde o ano passado, o número de raias que tenho pego tem aumentado. Eu faço o monitoramento por meio de uma planilha, catalogo os tamanhos e os locais”, explica.

A espécie Gymnura altavela é conhecida popularmente como borboleta por causa do formato dela, a forma como bate as nadadeiras peitorais e pelas manchas, que se assemelha a uma borboleta. O animal é natural do litoral brasileiro e mede de um a dois metros de comprimento.

Segundo o biólogo marinho Eric Comin, a raia borboleta vive na areia do fundo do mar, se alimenta de pequenos crustáceos e moluscos e não tem valor comercial. “Como todo animal, é importante não manuseá-lo. Deve-se pegá-la com um pano, pegar o anzol da boca e colocá-la de volta pro mar”, afirma.

Comin explica que um dos principais fatores para que essa espécie de raia esteja em risco de extinção é devido à prática de arrasto de camarão. Segundo ele, por viverem na areia do mar, elas acabam sendo capturadas. Ao serem mortas, muitas vezes são jogadas de volta para as águas.

Pesquisador inserindo a marcar vermelha na raia — Foto: Rafael Mesquita

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Por: G1

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