Era para ser o momento de consagração para os republicanos, que recuperaram, com a estreita margem de quatro cadeiras, o controle da Câmara dos Representantes dos EUA. Mas na sessão de abertura do novo Congresso, o que se viu foi uma disputa acirrada dentro do partido para escolher o presidente da Câmara. O líder da maioria republicana, Kevin McCarthy, enfrentou uma rebelião aberta, oriunda da ala radical do partido, e foi humilhado publicamente ao ser derrotado em três rodadas de votação. A votação prossegue na quarta-feira (4).
Pela primeira vez desde 1929, ninguém obteve os 218 votos necessários para assegurar a nomeação ao cargo, o terceiro na hierarquia de poder dos EUA. Numa demonstração de união do partido e outro golpe para McCarthy, o líder da minoria democrata, Hakeem Jeffries, conquistou o maior número de votos – 212 –, mas ficou aquém do mínimo exigido.
George Santos, deputado de origem brasileira eleito nos EUA — Foto: Campanha de George Santos/Divulgação via REUTERS
A segunda votação reforçou o resultado da primeira: 19 republicanos contra McCarthy. Sacramentou também a a amarga realidade do partido, exposto a fissuras aparentemente insolúveis.
Ainda que consiga o cargo, ficou claro que, como líder da maioria republicana, McCarthy, ou quem quer que seja eleito, será refém da ruidosa minoria de extrema direita no interior de seu partido.
Até que o presidente seja escolhido, nada acontece na Câmara. O impasse beneficia o deputado republicanos George Santos, filho de brasileiros, que estreia na Casa envolvido em uma série de fraudes sobre seu currículo.
Ele admitiu ter mentido sobre a formação escolar e experiência profissional e enfrenta uma investigação federal sobre a origem de suas finanças. Entre as fantasias que apresentou, disse ser judeu e que seus avós fugiram do Holocausto – mentiras desmentidas pelo jornal “The New York Times”.
Santos é alvo de pedidos de renúncia antes mesmo de iniciar suas funções na Câmara. Mas, em função do impasse na escolha do presidente da Casa, contou com o silêncio providencial de Kevin McCarthy sobre as denúncias que o cercam. Em contrapartida, votou nele.
Isolado no plenário pelos demais correligionários e na companhia apenas de seu celular, Santos emanava constrangimento e lembrava um aluno desenturmado no primeiro dia de aula. Para que as investigações sobre as mentiras e a origem dos recursos de campanha avancem, como querem os democratas e parte dos republicanos, a Câmara precisa definir primeiro seu presidente.
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Por: G1
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