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Resultado preliminar na Polônia indica saída de governo em aliança com extrema direita

today16 de outubro de 2023 5

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Com 50% das urnas apuradas, o partido Lei e Justiça (PiS), de direita e atualmente no poder, aparecia na primeira posição, com 38,3% dos votos, segundo autoridades eleitorais polonesas divulgaram nesta segunda-feira (16).

A porcentagem, no entanto, não dá ao PiS a maioria necessária no Parlamento para governar – nem mesmo no caso de uma coalizão com a extrema direita.

Já uma aliança entre liberais e a esquerda pode conquistar votos suficientes para a formação de um novo governo, segundo mostraram os resultados parciais.



O maior grupo de oposição, a Coalizão Cívica Liberal (KO), tinha 27,3% dos votos – a expectativa é que o KO faça uma aliança com o Terceira Via e com a Nova Esquerda, que, no resultado parcial, apareciam em terceiro e quarto lugares, respectivamente.

As eleições da Polônia vêm sendo apontadas como cruciais na Europa. Os resultados das urnas indicarão o futuro da abalada relação da Polônia com a União Europeia e também com a Ucrânia – os dois países são vizinhos e, recentemente, romperam uma parceria que mantinham desde o início da invasão da Rússia.

Qual impacto de uma possível vitória do PiS

Se vitorioso, o PiS deve continuar a pôr em jogo sua controversa reforma do sistema judicial. A medida é fortemente criticada pela União Europeia (UE), que avalia a medida como um ataque à democracia. Não seria a primeira vez que a sigla e o partido se desentendem, o que só aumentaria a lista de desacordos entre eles.

Há também a chance de uma tensão entre Polônia e a Ucrânia se intensificar, já que, recentemente, o PiS proibiu a importação de grãos ucranianos, o que gerou críticas de Kiev.

Além disso, existe a possibilidade do PiS fazer uma coligação com a Confederação, partido de extrema-direita que defende o fim da ajuda polonesa à Ucrânia e fez campanha contra a imigração e a UE.

Conhecido por valores ultraconservadores, o partido acumula um histórico de polêmicas de ameaças aos direitos da comunidade LGBTQIA+ e à liberdade de imprensa.

“Cedemos certos poderes à UE, mas já é suficiente. Não mais. Estamos na UE, queremos permanecer nela, mas em uma UE de países soberanos”, disse Jaroslaw Kaczynski, líder do PiS, na semana passada.

Já o líder da oposição polonesa, Donald Tusk, ex-presidente do Conselho Europeu, disse que a democracia venceu e que os nacionalistas do Lei e Justiça (PiS) seriam removidos do poder.

Donald Tusk, líder da oposição na Polônia, acena para apoiadores durante manifestação contra o governo nacional em 1 de outubro de 2023 — Foto: Kacper Pempel/Reuters

“Nunca estive tão feliz na minha vida como hoje com este segundo lugar. A Polônia venceu. A democracia venceu. Nós os removemos (PiS) do poder”, disse ele.

Tusk prometeu consertar as relações de Varsóvia com Bruxelas, marcadas por confrontos sobre questões como direitos da população LGBTQIA+ e migração.

Segundo a assessoria do presidente da Polônia, Andrzej Duda, que está no cargo desde 2015, provavelmente dará a primeira chance de formar um governo ao partido que obteve mais votos, ou seja, o Partido Nacionalista Lei e Justiça (PiS).

A participação nas eleições gerais da Polônia foi provavelmente a mais elevada desde a queda do comunismo em 1989, segundo o chefe da comissão eleitoral.

“A participação é provavelmente a mais alta da história da Terceira República”, disse Sylwester Marciniak em entrevista coletiva, após uma pesquisa de boca-de-urna ter indicado 72,9% de participação popular nas eleições.




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Por: G1

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