Rim doado pertencia à uma paciente de 57 anos, que morreu em decorrência de um AVC — Foto: Divulgação
Dois rins de uma paciente diagnosticada com Covid-19, que faleceu em consequência de um acidente vascular cerebral (AVC), em Santos, no litoral de São Paulo, foram doados para transplante na madrugada desta sexta-feira (1º). De acordo com a prefeitura, a captação dos órgãos foi a primeira da rede a seguir a Norma Técnica nº 24 do Ministério da Saúde (MS), que permite o procedimento com pessoas que testaram positivo para coronavírus, mas que a morte não estivesse relacionada à doença.
A doadora dos rins era uma paciente de 57 anos, que estava internada no Hospital de Pequeno Porte (HPP). A morte encefálica foi atestada por três médicos, que não integram as equipes de transplante.
A Seção de Captação de Órgãos (Secapt) da secretaria de Saúde de Santos, responsável pela ação, notificou a morte para a Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Escola Paulista de Medicina (EPM). Em seguida, equipes da Secapt e da OPO entrevistaram a família da paciente sobre a possibilidade de doação de órgãos e tecidos.
Segundo a prefeitura, os órgãos já constam na lista única da Central Estadual de Transplantes, e os rins foram encaminhados pela rede municipal de saúde à Central.
Doação de órgãos de pacientes com Covid-19
A nota técnica do Ministério da Saúde explica que a ausência de casos documentados de transmissão de Covid-19 em transplantes de órgãos, exceto para o pulmão, oferece a possibilidade de atualizar os critérios de triagem em alguns casos de infecção. No conteúdo divulgado pelo município, a pessoa que receberá o transplante conta a alternativa de aceitar o doador após analisar o risco-benefício.
“Visando a segurança do receptor, todos os potenciais doadores devem ser submetidos à triagem clínica e epidemiológica cuidadosa, incluindo as informações sobre a exposição ao vírus, e triagem laboratorial, de forma a identificar possíveis contraindicações para a doação”, esclarece na nota.
Equipe da Secapt encaminhou o órgão á Central Estadual de Transplantes — Foto: Divulgação/Prefeitura de Santos
A Prefeitura de Santos acrescenta que a norma técnica leva em consideração toda a história clínica do doador, como, por exemplo, se houve sintomas nos últimos 14 dias e se tinha comorbidade.
A administração municipal ressalta também que a norma técnica traz avanços para a redução da fila de transplantes, pois, até pouco tempo, o doador que testasse positivo para Covid-19 tinha os órgãos descartados para a doação.
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