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Santos ‘reage’ para evitar que parte da costa seja ‘engolida’ pelo mar como alerta estudo da ONU

today30 de novembro de 2023 2

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De acordo com o estudo divulgado pela ONU e agências especializadas, a expectativa é de que 5% da população que vive próximo ao mar seja atingida. Com base no Censo Demográfico 2022, Santos tem 418.608 habitantes e, atualmente, 20.930 pessoas seriam afetadas.

Se as emissões de poluentes continuarem no ritmo atual, a pesquisa prevê que até 2100 o mar deverá tomar cobrir 10% das zonas costeiras das cidades citadas na pesquisa, entre elas o Rio de Janeiro. (veja a lista ao final).

“A maré vai subir. Só que nós já estamos trabalhando nisso para que possamos evitar que as ruas fiquem alagadas. Esse é o nosso trabalho: Reagir à informação que o relatório nos traz”, afirmou o secretário de Meio Ambiente.



À esquerda, geobags que têm a função de impedir estragos causados pelas ressacas. À direita, Secretário de Meio Ambiente de Santos (SP), Marcos Libório — Foto: Francisco Arrais/Prefeitura Municipal de Santos e Arquivo Pessoal

Libório explicou que a cidade já tinha conhecimento sobre o aumento do impacto das mudanças climáticas. Por este motivo, em 2015, estudos e ações sobre o assunto foram iniciados. Em 2021, foi apresentado um Plano de Ação Climática (PAC) de Santos (SP) com 50 metas para serem cumpridas até 2030.

Segundo o secretário, as medidas se tornaram referências no Brasil. Se forem concluídas, não evitarão a subida do nível do mar, mas podem impedir que a população seja impactada e fique submersa. (confira as medidas abaixo).

Para ele, o relatório da ONU foi recebido como um alerta pela cidade. “Caso as cidades, não façam nada, sofrerão as consequências. Só que Santos já está trabalhando nisso, o Plano de Ação Climática visa trazer segurança para a população e que a gente possa ter a cidade funcionando. O que nós não queremos são áreas alagadas por efeito da maré”, afirmou.

Imagem Arquivo A Tribuna Jornal Imagem Arquivo A Tribuna

Mar pode engolir parte da cidade de Santos, revela estudo da ONU — Foto 1: Arquivo A Tribuna Jornal — Foto 2: Arquivo A Tribuna

O secretário afirmou que os moradores de Santos (SP) ficaram preocupados e ansiosos com a notícia do relatório da ONU. Mas, de acordo com Libório, a população tem um papel fundamental para diminuir o impacto das mudanças climáticas e, com isso, evitar que a cidade fique submersa.

“A saúde do meio ambiente impacta diretamente na nossa saúde […]. É fundamental que a população caminhe conosco na educação ambiental e no entendimento de que a população faz muito mais parte da solução do que do problema”, disse o secretário.

De acordo com Libório, os moradores podem ajudar com hábitos ambientais, como: preservar e plantar mais árvores; colocar o lixo no lugar correto; usar veículos mais sustentáveis — transportes públicos e bicicletas.

Ações da Prefeitura de Santos

Em nota, a administração municipal destacou algumas ações para evitar a erosão e conter o avanço do mar. Uma delas começou em 2018, por meio de uma parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp) com a colocação de uma barreiras submersa com 49 sacos de geotêxtil em formato de ‘L’ na Ponta da Praia. Os geobags, como são conhecidos, têm 275 metros de comprimento e são recheados de areia.

Barreira submersa de 275 metros e com 49 sacos esta instalada em linha reta em frente à Ponta da Praia, em Santos — Foto: Doug Fernandes/Prefeitura Municipal de Santos

A prefeitura ressaltou que os dados do monitoramento demonstram tendência ao acúmulo de areia no trecho protegido pelos geobags. “O trabalho prossegue, gerando mais informações. No momento, estudos estão sendo feitos para a ampliação das barreiras”, informou, destacando que o projeto-piloto usa tecnologia de baixo custo, fácil manutenção e baixíssima interferência ambiental.

O Executivo destacou o Plano de Ação Climática de Santos (PAC) com 50 metas até 2030. “O PACs coloca em marcha a implementação de estratégias, diretrizes e metas de adaptação e mitigação para fazer frente à crise climática e às vulnerabilidades socioambientais presentes no nosso município”.

Objetivos estabelecidos pelo PAC:

  • Revisão do Plano Diretor e da Lei do Uso e Ocupação do Solo, levando em consideração as questões climáticas;
  • Criação e implementação do sistema de Índice de Risco Climático e Vulnerabilidade Socioambiental (ICVS) e mapeamento das áreas de risco;
  • Elaboração do plano habitacional para áreas de risco;
  • Cultivo de 10 mil árvores;
  • Substituição de, pelo menos, 20% da frota do serviço público de transporte de passageiros por veículos não emissores, reduzindo a emanação de poluentes e de ruídos urbanos.

As metas correspondem a oito eixos:

  • Planejamento urbano sustentável e meio ambiente;
  • Redução de vulnerabilidades e gestão de riscos climáticos (desastres naturais);
  • Inclusão e redução da vulnerabilidade social;
  • Resiliência urbana e soluções baseadas na natureza;
  • Resiliência na zona costeira, estuário, praia, rios e canais;
  • Gestão de infraestrutura, incluindo recursos hídricos, saneamento, transporte e estrutura portuária;
  • Inventário de emissores de gases de efeito estufa (GEE) e plano municipal de mitigação de GEE;
  • Governança e participação na gestão climática.

Cidade tem sido cada vez mais afetada pelas mudanças climáticas

No pior cenário de aquecimento e sem defesas costeiras até o final do século, o estudo da ONU prevê que cinco por cento ou mais das cidades listadas abaixo caiam permanentemente abaixo do nível do mar. Confira a lista completa:

  • Guayaquil, Equador 
  • Barranquilla, Colômbia 
  • Santos, Brasil
  • Rio de Janeiro, Brasil
  • Kingston, Jamaica
  • Cotonou, Benin
  • Calcutá, Índia
  • Perth, Austrália
  • Newcastle, Austrália
  • Sydney, Austrália

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Por: G1

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