Um grupo de alta patente das Forças Armadas do Gabão anunciou um golpe de Estado, em rede nacional. Eles alegaram fraude nas eleições gerais do país, que ocorreram no fim de semana e indicaram a vitória do atual presidente, Ali Bongo.
Bongo foi colocado em prisão domiciliar, disseram os militares, que também fecharam as fronteiras do país.
Em uma transmissão ao vivo na rede de televisão nacional, o grupo do alto escalão das Forças Armadas anunciou que:
- Reivindica a tomada de poder;
- Todas as instituições estatais, como o Senado e a Assembleia Nacional, estavam dissolvidas;
- As fronteiras terrestres e áreas do país foram fechadas;
- As eleições foram uma fraude e, portanto, estavam anuladas – no sábado (26), após o fechamento das urnas, o governo emitiu um toque de recolher noturno e cortou os serviços de internet de todo o país, o que levantou suspeitas e preocupações quanto à transparência no processo eleitoral.
Presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, em imagem de arquivo — Foto: Tiksa Negeri/ Reuters
Relembre abaixo os outros golpes:
O regime militar que surgiu de um golpe de Estado no Níger formou um governo, informa um decreto assinado pelo novo homem forte do país, o general Abdourahamane Tiani, lido na televisão nacional durante a madrugada de 10 de agosto.
O governo, anunciado pouco antes de uma reunião de cúpula crucial nesta quinta-feira em Abuja (Nigéria) entre os países vizinhos do Níger na região da África Ocidental, é liderado pelo primeiro-ministro Ali Mahaman Lamine Zeine.
O novo Executivo inclui 20 ministros: os titulares da Defesa e do Interior são generais do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP) que tomou o poder.
O novo governo marca a consolidação do regime militar desde que derrubou, em 26 de julho, o presidente eleito Mohamed Bazoum, detido desde então.
A formação do gabinete coincide com uma reunião da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao) em Abuja, que pretende tomar “decisões importantes”, segundo o bloco regional.
A organização reiterou a preferência pela via diplomática para “restabelecer a ordem constitucional” no Níger, mas não descartou o uso da força.
Burkina Faso: dois golpes em 8 meses
Em 24 de janeiro de 2022, o presidente Roch Marc Christian Kaboré foi expulso do poder pelos militares. O tenente coronel Paul Henri Sandaogo Damiba se tornou presidente em fevereiro.
Em 30 de setembro, Damiba foi destituído pelos militares e o capitão Ibrahim Traoré foi nomeado presidente de transição até as eleições presidenciais, previstas para julho de 2024.
Em 25 de outubro de 2021, os militares liderados pelo general Abdel Fatah al Burhan expulsaram os líderes civis de transição, que supostamente lideravam o país para a democracia depois de 30 anos de ditadura de Omar al Bashir, destituído em 2019.
Desde 15 de abril de 2023, uma guerra provocada por uma luta de poder entre o general Burhan e seu ex-número dois Mohamed Hamdan Daglo causou ao menos 5.000 mortos no país.
Em 5 de setembro de 2021, o presidente Alpha Condé foi deposto por um golpe militar. Em 1º de outubro, o coronel Mamady Doumbouya tornou-se presidente.
Os militares prometeram devolver o poder aos civis eleitos até o final de 2024.
Mali: dois golpes de Estado em 9 meses
Em 18 de agosto de 2020, o presidente Ibrahim Boubacar Keita foi deposto por militares e em outubro se formou um governo de transição.
Mas em 24 de maio de 2021, os militares prenderam o presidente e o primeiro-ministro.
Em junho, o coronel Assimi Goita tomou posse como presidente de transição.
A junta se comprometeu a devolver o poder aos civis depois das eleições, previstas para fevereiro de 2024.
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