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Submarino do Titanic: por que o resgate é tão difícil

today21 de junho de 2023 5

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Se, além disso, o oxigênio disponível para a tripulação estiver prestes a acabar, as equipes de resgate precisam trabalhar contra o relógio.

A operação para localizar o submarino comercial desaparecido com cinco pessoas que iriam visitar os restos do Titanic é especialmente desafiadora, apesar de nas últimas horas “sons de batidas” na área de busca terem restaurado a esperança de encontrá-los com vida.

Por volta do meio-dia pelo horário de Brasília desta quarta-feira (21), a Guarda Costeira americana estimou que as cinco pessoas a bordo tem cerca de 20 horas de ar para respirar.



O submarino tem tanques capazes de abastecer seus cinco ocupantes com oxigênio por até 96 horas, mas já se passaram três dias desde que a embarcação se perdeu.

A tripulação do submarino Titan, pertencente à empresa OceanGate, perdeu contato com a base 1 hora e 45 minutos após submergir no mar, segundo a Guarda Costeira dos Estados Unidos.

Alistair Greig, professor de Engenharia Marinha da University College London, explica por que a busca é tão complicada.

“A comunicação pela água é sempre muito difícil. Uma vez perdido o contato, é muito difícil localizar onde [a embarcação] está. Um dos grandes problemas da operação é que eles não sabem se olham para a superfície do Atlântico ou no fundo do mar. Pode estar em qualquer um dos dois lugares.”

Para o especialista, é improvável que o submarino experimental da OceanGate esteja no meio. Ele acredita que o veículo submersível provavelmente está flutuando ou completamente afundada.

Jamie Pringle, pesquisador da Keele University, no Reino Unido, aponta que outra dificuldade é que a embarcação pode estar se movendo de forma imprevisível agora.

O submarino desapareceu no oceano a aproximadamente 1.500 km de Cape Cod, Massachusetts, onde a profundidade é de aproximadamente 4.000 metros.

“Se estiver na superfície do oceano, será muito difícil detectá-lo porque, por ser um submarino, foi projetado para ter flutuabilidade neutra. Ou seja, a maior parte da embarcação flutua debaixo d’água com apenas uma pequena superfície visível”, diz Greg.

O submarino, feito de fibra de carbono e titânio, tem “o tamanho de uma van grande e é pintado de branco”.

“Tentar encontrar algo assim a partir do ar, principalmente se eles ficarem sem energia e não puderem enviar sinais, será um verdadeiro desafio.”

Outra das complicações adicionais é que a tripulação não pode sair sozinha.

O navio não pode ser aberto por dentro; só pode ser aberto por equipamento especializado do lado de fora.

Guarda Costeira dos EUA diz que o submarino desaparecido tem pouco mais de 30 horas de oxigênio — Foto: Reprodução/TV Globo

É por isso que, no caso hipotético de o navio conseguir chegar à superfície, os passageiros não conseguiriam sair dele sem ajuda externa.

“Se estiver no fundo do mar, não se trata tanto de buscá-los, mas de ficar escutando, porque o que é usado para localizá-los é um sonar e, com sorte, a tripulação fará algum barulho no casco, que possa ser detectado”, diz o professor de engenharia naval.

Como as equipes de resgate estão usando o som

Jonathan Amos, correspondente de Ciência da BBC, explica:

O som é a forma de comunicação no oceano. Baleias e botos usam, assim como os humanos.

Todas as formas de radiação eletromagnética, como rádio ou radar, são praticamente inúteis debaixo d’água.

Mas o som viaja com eficiência, viaja rápido (1.500 m/s) e percorre grandes distâncias.

É por isso que a operação de resgate está jogando sonobóias (sistemas de sonar descartáveis, ejetados a partir de aeronaves ou navios) na água, ouvindo qualquer som incomum.

Se os golpes detectados a cada 30 minutos vierem da embarcação e forem reais, as autoridades poderão utilizá-las para localizar o submarino.

Se eles forem transmitidos com um padrão regular, você pode cronometrar a chegada desse padrão em diferentes sonobóias para saber de onde vem a fonte.

O receptor GPS faz algo semelhante no seu telefone, usando sinais de rádio transmitidos por diferentes satélites.

O foco do som não é tão preciso, mas seria uma grande ajuda para reduzir os esforços do drone operado remotamente.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

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