A rara tartaruga-de-couro, maior espécie viva desse animal, foi encontrada morta no último domingo (11) em Ilha Comprida, no litoral de SP. — Foto: Renato de Assevedo
Uma gigante e rara tartaruga-de-couro foi encontrada morta em Ilha Comprida, no litoral de São Paulo. De acordo com o Instituto de Pesquisas Cananéia (IPEC) a temporada de inverno e de migração pode influenciar no encalhe desses animais.
A tartaruga foi encontrada na tarde do último domingo (11) na praia do Balneário Juruarúva. Renato de Azevedo, da associação SOS Pinguim, foi quem encontrou o animal encalhado em Ilha Comprida. Ele contou ter visto o animal boiando no mar e que o monitorou até chega à faixa de areia.
Azevedo explicou precisou puxar a tartaruga para o meio da faixa de areia e, em seguida, o IPEC foi acionado. De acordo com o Instituto, o animal era um macho, adulto, de 2,15m de comprimento.
A tartaruga-de-couro foi encontrada no domingo (11) na Praia do Balneário Juruarúva, em Ilha Comprida, no litoral de SP. — Foto: Renato de Assevedo
Ainda não há informações sobre a causa da morte do animal, que passou por necrópsia na praia e foi deixada no local por conta do tamanho.
De acordo Diego Cavalheri, que é herpetólogo e estuda répteis e anfíbios, a tartaruga-de-couro pode pesar até 500 kg e se encontra criticamente em perigo de extinção, conforme a avaliação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). “É uma espécie que pode mergulhar até grandes profundidades”.
De acordo com o Projeto Tamar, a carapaça do animal é formada por costelas curtas e coberta por uma camada de pele fina e resistente, com pequenas placas de osso. Por isso, ela recebe o nome de tartaruga-de-couro.
Cavalheri afirma que o animal é o maior das espécies de tartaruga que ainda vivem. “Certamente elas não são comuns de serem avistadas”, ressaltou.
A tartaruga encalhou na Praia do Suarão, em Itanhaém, no litoral de SP, no domingo (11) e foi avistado por um casal que passou de bicicleta pelo local. — Foto: Rafael de Lima
No mesmo dia, às 14h, uma tartaruga-cabeçuda foi encontrada morta por um casal que passava de bicicleta pela Praia do Suarão, em Itanhaém. As patas e o casco estavam amarelados e esbranquiçados, um indicativo da avançada fase de decomposição, de acordo com o herpetólogo.
O animal foi recolhido pelo Instituto Biopesca, mas ainda não se sabe o que causou a morte da tartaruga. Segundo o ICMBio, ela também se encontra em perigo de extinção.
Uma tartaruga-cabeçuda encalhou no domingo (11) em Itanhaém, no litoral de SP, e já estava em estado avançado de decomposição. — Foto: Rafael de Lima
Conforme o IPEC, a temporada de inverno coincide com a época de migração de muitas espécies e, por isso, é comum o encalhe de animais marinhos nas praias durante esse período.
O Instituto monitora e avalia os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos. Além disso, também faz o atendimento veterinário aos animais vivos e necrópsia dos encontrados mortos.
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