Um técnico de enfermagem, de 31 anos, trocou a carreira de nove anos na área da Saúde para vender chope na praia de São Vicente, no litoral de São Paulo. Ao g1, Matheus Lopes Batista Tokoro contou, nesta sexta-feira (24), que a máquina em formato de bomba de combustíveis ‘abastece’ os clientes da região e representa uma mudança na vida dele. “Antes, o estresse era muito alto e, agora, é zero. Apesar dela ter quase 150 kg para puxar na areia, hoje tenho qualidade de vida” (veja o vídeo acima).
Tokoro completa, neste mês, um ano na nova carreira, após deixar a Saúde para se tornar autônomo. Atualmente, ele leva o pesado equipamento para a praia quase que diariamente ao lado da esposa, Keila Valeria de Camargo Tokoro, de 33, sócia no empreendimento. O casal, que mora em São Vicente, vive diretamente de ‘abastecer’ os banhistas com a bebida gelada.
“Por conta da saturação que tive nos hospitais, além da pandemia de Covid-19, vendo diversos óbitos, fiquei doente. Tive hipertensão e ganho de peso. O estresse me alcançou. O que eu tinha para ‘aliviar’ era a praia. Lembrei dessa bomba, que é ideia de um amigo meu. Antes, o estresse era muito alto e, agora, é zero. Apesar dela ter quase 150 kg para puxar na areia, hoje tenho qualidade de vida”, desabafou.
Autônomo de São Vicente (SP) ‘abastece’ banhistas com ‘bomba de chope’ e celebra vida nova — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Segundo Tokoro, a ‘bomba de chope’ é ideia de um amigo dele, que projetou e patenteou a máquina há aproximadamente 10 anos. Inicialmente, o modelo era usado pelo próprio inventor para comercializar a bebida na região Nordeste do Brasil. Os negócios, porém, deram mais frutos no litoral paulista, com o ex-técnico de enfermagem se tornando representante da marca e o único a utilizar o equipamento.
Assim, nasceu a “Gelada do Zé”. De acordo com o comerciante, a rotina na praia depende da demanda dos clientes. “Em um dia comum, vendo de 80 a 100 litros. Nos agitados, cheguei a vender 130 litros“. Além do comércio na areia, ele também leva o equipamento ‘abastecer’ clientes em shows realizados no litoral de São Paulo.
Ele contou, ainda, que possui até uma ‘fórmula’ própria para o chope comercializado, embora atualmente compre o líquido de uma marca terceirizada. O equipamento funciona, literalmente, como uma ferramenta para ‘abastecer’ os clientes – sendo que muitos pedem para beber ‘direto’ na boca. Com tamanho sucesso na empreitada, Tokoro não tem planos para voltar à antiga profissão.
“Por conta do salário baixo e da carga horária alta, o profissional [da Saúde] precisa trabalhar em dois ou mais hospitais por dia. Alguns fazem 36 horas sem parar. É algo que acaba com a nossa saúde. Tive realizações na área, mas, sem ser ingrato, digo que jamais voltaria. Estou muito feliz na praia, e o fato de trabalhar pisando na areia e pegando sol me dá paz de espírito“, disse.
Matheus Lopes Batista Tokoro deixou carreira na área da Saúde para vender chope na praia — Foto: Reprodução/Redes Sociais
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