“O cloro tem essa capacidade de interferir na oxigenação do sangue, além de interferir nos neurônios, podendo gerar danos no sistema neurológico. Pode ser que ele venha a ter sequelas referentes a isso”, explicou Paula.
A profissional pontuou, inclusive, que é comum durante a limpeza de casa, até mesmo por faxineiras, sofrerem desmaios por causa do manuseio incorreto do cloro. “Acabam colocando água sanitária pura para agilizar a limpeza e fica tudo fechado. [Outras vezes] colocam água sanitária no banheiro, fecham a porta e saem ou ficam no banheiro”.
Segundo a farmacêutica toxicologista, situações como as mencionadas acima fazem com que o gás cloro fique saturado em relação ao oxigênio. “Isso provoca uma hipoventilação [ventilação reduzida dos alvéolos pulmonares], dificuldade respiratória e, consequentemente, o desmaio”.
Paula reforçou que todos os produtos de limpeza são potencialmente tóxicos à saúde, principalmente para crianças que são mais sensíveis. “Nenhum [químico] pode estar ao alcance das crianças. Todos têm capacidade de liberar vapores, gases que a gente não vê e só vai sentir o cheiro”.
A farmacêutica toxicologista orientou que o ideal é armazenar esses produtos de limpeza em locais ventilados, mas que fique com portas fechadas, longe do alcance das crianças. “De preferência acima [da altura] delas, no alto da parede”.
Paula destacou a importância desses produtos não serem diluídos e armazenados em garrafas pet porque a coloração deles atraem as crianças. “Colocam em garrafa de refrigerante ou de suco e normalmente são produtos coloridos, um líquido rosa, azul e isso chama muita atenção da criança”.
Em caso de intoxicação, ela recomenda acionar o socorro e contatar o Centro de Controle de Intoxicação (CCI) local.
“É importante que busque ligar para o CCI para que eles consigam de lá entender rapidamente o que está acontecendo e passar alguma orientação. A gente sabe que os primeiros-socorros são extremamente importantes à manutenção da vida”.
Théo Santiago Cruz Pereira, de 2 anos, foi flagrado tomando cloro com desincrustante pela irmã mais velha, de 5. Ao g1, Stefani Pereira Vieria dos Santos, 26, falou que o filho teve parte do canal digestivo queimado, além de diversas úlceras e chegou a ser internado, mas já recebeu alta.
“Minha filha começou a gritar falando o que tinha acontecido. Na mesma hora o Théo começou a vomitar bastante. Teve um momento que ele só vomitava sangue e eu saí correndo para o hospital”, disse ela, que trabalha como copeira hospitalar.
O menino ficou internado no Hospital Frei Galvão, em Santos, também no litoral paulista, e teve alta na quinta-feira (6). Stefani conta que tudo aconteceu muito rápido. Ela estava fazendo faxina na cozinha e parou a limpeza para colocar um desenho para Théo assistir na televisão da sala.
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Por: G1
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