Essa é a primeira vez nos 88 anos de história do United Workers Auto (UWA, sindicato dos trabalhadores de montadoaras) em que ocorre uma paralisação simultânea.
Ao todo, a greve envolve cerca de 12,7 mil trabalhadores, de um total de cerca de 146.000 trabalhadores fabris em todo o país, segundo o jornal The Wall Street Journal.
O sindicato que representa a categoria afirmou que a paralisação deve interromper a produção de 24 mil veículos por semana. Mas, as companhias também possuem veículos prontos em estoque, o que poderia manter as vendas ativas, mesmo com a redução na receita.
Em contrapartida, se o movimento se tornar uma greve geral nas montadoras americanas, isso poderia causar uma perda de até US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões) nos lucros de cada empresa por semana, segundo levantamento do Deutsche Bank.
O presidente do sindicato, Shawn Fain, disse em uma live no Facebook aos sindicalistas que, caso as negociações com as montadoras não avancem, outras fábricas também devem enfrentar paralisações.
A greve foi resultado de uma demanda sindical por uma parcela maior no pagamento de lucros gerados pela venda de caminhões, além de maior segurança nos empregos. A mídia americana informa que os trabalhadores e as empresas discutiram sobre as condições desejadas até tarde da noite, mas não chegaram a um acordo.
De acordo com a Reuters, o sindicato pediu um aumento de 40%, enquanto as montadoras ofereceram um reajuste de até 20%. No entanto, a contraproposta das empresas não incluía os principais benefícios exigidos pela categoria.
A Ford disse que as propostas do sindicato duplicariam os custos trabalhistas nos Estados Unidos. Já a Stellantis, que controla a Chrysler, afirmou que vai tomar decisões estruturais para proteger a empresa.
A GM afirmou que estava desapontada com a paralisação, mas que deseja continuar as negociações.
Atualmente, a indústria de carros dos Estados Unidos faz uma transição para focar na produção de veículos elétricos. No entanto, existe o receio por parte da categoria de que isso provoque demissões na produção de itens automobilísticos voltados para carros à combustão.
Com o governo dos EUA investindo bilhões em incentivos para a produção de carros elétricos, o impasse também se tornou uma questão política. O sindicato, por exemplo, não apoia a reeleição de Joe Biden.
VÍDEOS: mais assistidos do g1
Todos os créditos desta notícia pertecem a
G1 Mundo.
Por: G1
Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.
Publicar comentários (0)