Na última terça-feira (2), por volta de 10h, um dos animais foi encontrado morto debaixo do carro de um dos vizinhos, na Rua Neuza Zangrande. Ela contou que estava no trabalho, prestes a entrar em uma reunião pedagógica, quando o morador ligou para explicar o ocorrido. “Não acreditei, fiquei arrasada”.
Princesa internada da primeira vez que foi envenenada em Praia Grande — Foto: Arquivo Pessoal/Carlinda Ferreira
Segundo Carlinda, a gata chamada Princesa já havia sido envenenada antes, mas foi socorrida em uma clínica veterinária, onde chegou a ficar internada. “Na primeira vez, eu consegui salvar, mas dessa vez ela morreu mesmo. Esses bichinhos só querem amar e serem amados”
Não bastasse a dor da perda de um dos seus animais, na quinta-feira (4), Carlinda se surpreendeu ao chegar em casa e encontrar mais dois gatos mortos. Segundo ela, um gato estava no quintal de casa e a outra gata, a Mimi, estava na laje de um vizinho. A professora afirmou que outra moradora teria ouvido os gemidos de Mimi durante a noite anterior.
“Eu estou arrasada. Não é fácil toda vez eu chegar em casa e encontrar um gatinho morto”. De acordo com Carlinda, os vizinhos, que também sofrem com a mesma situação, ficaram tristes com a notícia dos gatos mortos já que, segundo ela, todos gostavam muito dos animais.
Mimi e Margarida (à direita) foram encontradas mortas no quintal e telhado da vizinha — Foto: Arquivo pessoal
Segundo a tutora, não é a primeira vez que casos de supostos envenenamentos ocorrem na rua onde ela mora. “Cachorros e gatos dos vizinhos sempre aparecem mortos, geralmente envenenados”. Ela afirma que várias vezes os animais dela foram envenenados e que já perdeu seis dos 17 gatos que cuidava.
Entre as vítimas está o gato Tody, que conseguiu se recuperar com a ajuda de uma vizinha de Carlinda, que é médica veterinária. “Ela que comprou os remédios e fez o soro, ajudou cuidar do gatinho”.
A veterinária Isadora Mamer, de 20 anos, que mora ao lado da professora, explica que não há um exame que comprove envenenamento, só a lesão repentina nos órgãos. “No caso dele [o Tody] provavelmente seria o fígado, porque ele estava muito amarelo”.
Apesar de não ter muito contato com outros moradores, Isadora afirma que só os animais que têm acesso à rua estão sendo envenenados nos últimos tempos. “Do jeito que está não dá para ficar. Não sabemos mais o que fazer”, ressalta Carlinda.
O médico veterinário Rafael Monteiro, especialista em felinos, explica que existem vários tipos de venenos que agem de formas diferentes no sistema do animal. De acordo com ele, alguns atingem o sistema nervoso, enquanto outros os músculos. O mais comum, porém, é o chumbinho, que deixa o animal letárgico, ou seja, deitado e babando.
“Ele fica espumando em casos mais graves, com hemorragia espontânea pelos orifícios, que seriam o sangramento nasal, ocular, no condutor auditivo, pela boca e pelo ânus”.
Segundo o médico veterinário, os primeiros sintomas antes de chegar em um estágio grave são a falta de coordenação e de apetite. O animal ainda apresenta pupilas extremamente dilatadas e não consegue fechá-las. “Quando o tutor vê esses primeiros sintomas é adequado já levar o pet ao médico”.
Ele ressalta que a única coisa que pode ser feita em casa, quando há suspeita de intoxicação, é a utilização de carvão ativado, que é medicamentoso e pode ser comprado em lojas agrícolas ou veterinárias. “O carvão ativado tem a tendência de absorver as toxinas e agregar elas no trato gastrointestinal para evitar com que o organismo absorva essas substâncias”.
Para Monteiro, os gatos não devem ser estimulados a saírem de casa, pois existem diversas situações que podem acontecer com o animal quando ele está na rua, como atropelamentos, envenenamentos e maus tratos. “A melhor prevenção contra o envenenamento é não deixar o animal sair de casa”.
VÍDEOS: Mais assistidos do g1 nos últimos 7 dias
Publicar comentários (0)