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Os prédios tortos em Santos, no litoral de São Paulo, apesar de serem conhecidos nacionalmente pelas mais de 300 construções inclinadas, causam surpresa e espanto aos turistas que passam pela orla santista. Os visitantes ouvidos pelo g1, nesta segunda-feira (25), descartaram a hipótese de morar nos imóveis. Um deles até comparou os edifícios com a Torre de Pisa, na Itália.
Moradora de Santo André, no ABC paulista, a analista financeira Adriana da Silva, de 51 anos, contou que já tinha visto os prédios, mas não sabia que eram tantos. “Achei bem perigoso, é bem impactante, dá medo”.
“Eu não entraria e nem moraria, nunca. Ninguém compra né, eu acho? Eu não compraria de forma alguma”, disse Adriana.
Apesar da situação peculiar, esses imóveis, muitos localizados na orla da praia, são bastante cobiçados e podem valer até R$ 1,7 milhão, com aluguéis estimados em até R$ 7 mil.
Moradora de Santo André, no ABC Paulista, analista financeira Adriana da Silva, de 51 anos, afirmou que acha perigoso morar em um prédio torto — Foto: Brenda Bento/g1
Já o morador de São Paulo e psicólogo Elizeu Ramos do Nascimento, de 52 anos, disse que os prédios tortos em Santos são tão surreais quanto a torre inclinada de Pisa, na Itália.
“Ao mesmo tempo é surreal ver pessoas morando nesses prédios. São seguros, dizem que não tem risco, mas não vejo muito como morar em um lugar desse”, disse.
Morador de São Paulo, o psicólogo Elizeu Ramos do Nascimento, de 52 anos, comparou os prédios tortos de Santos com a torre inclinada de Pisa, na Itália — Foto: Brenda Bento/g1
Nascimento contou que não moraria em um prédio inclinado pelo simples fato de ser torto e não por medo que ele caísse. “Não sei nem se dá náusea morar em um lugar assim que você coloca uma bola [de um lado] e vai para o outro”.
Ele descartou morar em um prédio torto mesmo que fosse mais barato. “É interessante que Santos é um lugar de idosos, que já tem dificuldade de andar no plano, [imagina] andar no inclinado”.
A professora Abgail da Paixão Teixeira, que mora em São Paulo, ainda não tinha visto os prédios tortos em Santos, mas ficou interessada e irá incluir no roteiro durante o período que passará com a família na cidade. “Não sabia, não tinha visto ainda. Vou dar uma explorada, gostei de saber”.
Ela afirmou que não moraria no imóvel inclinado, mas que é curiosa e gostaria de entrar para conhecer. “Acho que teria medo, mas seria interessante. Faria uma visita. [Deve ser] estranho. Imagina dormindo?”.
A professora de São Paulo, Abgail da Paixão Teixeira, desconhecia os prédios tortos e disse que incluirá na rotina — Foto: Brenda Bento/g1
Vídeo mostra situações enfrentadas por quem mora em prédios tortos em Santos, SP
Um levantamento feito pela Prefeitura de Santos revelou que a situação é observada em outras partes da cidade, não apenas na orla. Ao todo, são 319 edifícios nessas condições, sendo que os 65 em frente às praias apresentam maior inclinação.
A análise sobre a quantidade de edifícios tortos em Santos foi realizada por técnicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Edificações (Siedi) após solicitação apresentada à prefeitura pelo vereador José Teixeira Filho, o Zequinha Teixeira (PP), que inclusive já recebeu ofício com os dados coletados.
Zequinha demandou o Executivo após cobranças da população sobre o tema. “Precisamos saber o aumento do grau de inclinação a cada um ou dois anos, e se isso coloca os moradores em risco”.
De acordo com a prefeitura, apesar de os prédios estarem tortos, as condições atuais deles não indicam comprometimento das seguranças estruturais.
Ao g1, o engenheiro civil Franco Pagani afirmou que nenhum prédio inclinado na cidade apresenta risco de queda, mas explicou que edifícios estreitos e altos demandam maior atenção pois inclinam com mais facilidade, enquanto os grandes e retangulares afundam e não geram perigo.
Santos, SP, tem 65 prédios tortos na região da orla da praia — Foto: A Tribuna Jornal
A Prefeitura de Santos informou que, a cada dois anos, exige que os edifícios apresentem laudos sobre a inclinação dos prédios. O objetivo é acompanhar se aumentou, estacionou e se alguma intervenção deve ser feita.
A cobrança é feita com base na Lei Complementar 441 de 2001, que requer a apresentação de laudo de autovistoria técnica atestando as condições de segurança e estabilidade.
As medições são acompanhadas pelo Programa dos Prédios Inclinados de Santos. A avaliação da necessidade de obras de reparos ou de manutenção da edificação são analisadas pelo responsável técnico pelo laudo.
A prefeitura ressaltou que existem soluções técnicas e viáveis para resolver o problema da inclinação, mas é do condomínio a responsabilidade pela contratação de empresa especializada para execução das obras, enquanto o município fiscaliza.
Prédios tortos na orla de Santos (SP) — Foto: Vanessa Rodrigues/A Tribuna Jornal
Por: G1
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