Uma grande quantidade de bolachas-do-mar chamou atenção de uma turista que passeava pela Praia do Itararé, em São Vicente, no litoral de São Paulo. Em imagem obtida pelo g1, neste domingo (18), é possível ver um várias delas amontoadas na faixa de areia, à beira-mar.
A responsável pelo registro foi a professora Cinthya Rodrigues de Souza, de 50 anos, que desceu a serra para passar o Carnaval com o marido na cidade. Ela fez o registro em frente a um quiosque na Avenida Ayrton Senna.
“Eu fui fazer uma caminhada e vi. Mas estava o dia todo, porque passava aquele caminhão da prefeitura fazendo a limpeza e formava aqueles montes de bolachas. Praticamente o dia todo ficou lá”, disse.
Cinthya voltou no dia seguinte e notou que, mesmo com a limpeza, as bolachas voltaram a se acumular na faixa de areia. O curioso para ela foi o cheiro forte de peixe, que sentia do apartamento onde ficou em frente à praia. “Característico de peixe mesmo, bem forte”, recordou.
Bolachas-do-mar foram encontradas na Praia do Itararé, em São Vicente, SP — Foto: Cinthya Rodrigues de Souza e Alex Ferraz/Jornal A Tribuna
Da ordem dos equinodermos, a bolacha-do-mar é parente próxima dos ouriços-do-mar e das estrelas-do-mar. Ela tem pequenos espinhos na parte de baixo (os pés ambulacrários), que mudam de cor conforme a espécie e servem tanto para locomoção quanto para a captura de alimentos.
Ao g1, o biólogo marinho Eric Comin disse que os esqueletos da bolacha-do-mar, já sem espinhos e branqueados devido ao sol, são presença frequente nas regiões costeiras da América do Sul. O nome vem do disco esbranquiçado com uma marca no centro, que se parece com um biscoito.
O animal prefere locais com lama e areia e, portanto, é encontrado próximo à linha da maré ou em grandes profundidades. “Esses ambientes com fundo de areia mais mole, lodosa, são ideais para o crescimento e reprodução”, explicou.
Devido à tendência de se agregarem, é comum encontrar várias bolachas-do-mar juntas. Eric pontuou que era lua nova na última segunda-feira (12), quando foram encontradas. Segundo o biólogo, é provável que o mar tenha subido e deslocado os animais para a areia. Depois, a maré baixou.
“Nessa região do Itararé a gente tem uma areia com fundo propício para eles. Um ambiente que seria uma baía, uma enseada, com grande concentração de matéria orgânica. Tudo que sai de dentro do Estuário é depositado no Itararé também”.
Segundo ele, na imagem, os animais aparentam estar vivos. Quando ficam expostos à radiação solar, no entanto, morrem, restando apenas o esqueleto calcário.
“A gente pede para que as pessoas não quebrem, não matem. Deixem esses animais quietinhos”, orientou.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de São Vicente para mais informações sobre a retirada dos animais, mas ainda não obteve retorno.
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