Ucrânia é membro ‘de fato’ da Otan, diz seu ministro da Defesa

“A Ucrânia e as Forças Armadas ucranianas tornaram-se membros da Otan. De fato, não de jure (de direito, em português), porque temos o armamento e a compreensão de como usá-lo”, declarou Reznikov em uma entrevista à BBC.

Ao ser questionado se essa declaração não seria controversa, já que a Otan, como aliança, não está ajudando diretamente a Ucrânia, ele respondeu: “Por que seria controverso? Isso é verdade. É um fato”, acrescentou. “Tenho certeza de que, em um futuro próximo, nos tornaremos membros da Otan.”

Apesar da declaração do ministro ucraniano, a Otan não lista a Ucrânia como um de seus parceiros mais próximos, que ela chama de “outros parceiros globais”. Essa lista possui 9 países, segundo o site da organização. São eles:

• Afeganistão
• Austrália
• Iraque
• Japão
• Coreia do Sul
• Mongólia
• Nova Zelândia
• Paquistão

A Otan também divulga uma segunda lista, mais ampla, de países que possuem algum tipo de relação com a organização. Nessa lista, de 31 países, aparece a Ucrânia, mas também a Rússia – com a observação de que a parceria com Moscou está temporariamente suspensa por questões de segurança.

Uma outra lista, essa exclusiva dos Estados Unidos, aponta nações que o governo americano considera aliadas mas não-membros da Otan. São parceiros que possuem algum tipo de privilégio na área de segurança. Atualmente ela inclui 18 países, entre eles o Brasil, mas a Ucrânia não faz parte desse grupo.

Todas essas parcerias secundárias não garantem a defesa mútua de territórios – onde o ataque a um país membro é considerado um ataque contra todos.

A adesão formal à Otan implicaria uma obrigação de assistência mútua, segundo a qual os outros membros da Aliança teriam de intervir militarmente para apoiar a Ucrânia contra a Rússia. Kiev fez esse pedido de ingresso na organização, mas ainda não foi aprovado.