O desfile da escola de samba União Imperial terá como símbolo principal a azeviche, uma pedra preta, milenar e valiosa. Com isso, a escola busca trazer mais representatividade para o Carnaval de Santos em 2024. Na passarela do samba, a escola também vai homenagear figuras históricas como Pai Felipe, Quintino de Lacerda, Luiz Gama, Esmeraldo Tarquínio, Djamila Ribeiro e Alzira Rufino.
Com cerca de 1.400 componentes e três carros alegóricos, a escola de samba do Marapé será a segunda do Grupo Especial a desfilar no primeiro dia de desfiles, em 2 de fevereiro.
O samba-enredo ‘Azeviche, A Ascensão da Áurea Cor’ reafirmará a relevância social e étnico-racial da negritude santista. Ele tem composição de Gustavo Santos, Fernando Negrão, Joãozinho, Ademarzinho do Cavaco, Rodrigo Correia, Lúcio Nunes, Nikinha, Rafa Neves e Toninho 44.
O presidente da escola, Luiz Alberto Martins, conhecido como Pelé, destaca que o desfile evidenciará a história do povo preto no Brasil.
“O Carnaval é um teatro a céu aberto com cunho extremamente cultural. O desfile mostrará a história recente [da população preta] no nosso país, não mais de forma escravizada. Evidenciando a sua importância na culinária, cultura, religiosidade e processo econômico”, afirma.
Najara Camargo é Rainha de Bateria da União Imperial desde 2012. Atualmente com 42 anos, Camargo conta que começou a desfilar no Carnaval com apenas 5 anos. “Meu pai tinha uma escola em Vicente de Carvalho (Guarujá).”
Najara Camargo no desfile da União Imperial no Carnaval 2023. — Foto: Reprodução
Ao entrar na Passarela do Samba Dráusio da Cruz, Najara deixará o anonimato da profissão de advogada para brilhar junto aos outros carnavalescos.
“É o momento que eu deixo a minha profissão de advogada e agente penitenciária de lado e vou para o Carnaval. Você sai do anonimato e vira uma figura pública.”
Nome: Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba União Imperial
Fundação: 12 de março de 1976
Bairro: Marapé
Melhor Colocação: Campeã do Grupo Especial em 1985, 1986, 1987, 1988, 1989, 1993, 1994, 1997, 2018 e 2019.
Componentes: 1.400
Alas: 14
Alegorias: 3 carros alegóricos e 1 quadripé
O negro é outro, é joia rara
A resistência que não se cala
Liberdade, um ideal…
Sou azeviche, União Imperial!
Sou pedra preta milenar
Reluz a minha “áurea cor”
Caminho traçado pelo mar
Para aqui desembarcar
Tive preço, e não valor!
Resisti ao açoite da Senzala
Conquistei lugar de fala
Sou a voz pro mundo inteiro ouvir
Lutei com Pai Felipe e Quintino,
Para mudar esse destino
Vi meu povo ressurgir!
Quilombola ê, Quilombola
De que vale a alforria
Se nos jogam aos porões?
Quilombola ê, Quilombola
É “direito” e não favor
Nos livrar desses grilhões!
A esperança no meu caminhar
Das irmandades veio a abolição
Punho cerrado, com Tarquínio lado a lado
Enfrentei a repressão…
Plantei sementes,
Pra nessa terra a igualdade florescer!
E hoje… Das nossas lutas sociais
De Alziras, Djamilas e outras mais…
Ecoa o meu cantar!
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
Todos os créditos desta notícia pertecem a
G1 Santos.
Por: G1
Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.
G1
Publicar comentários (0)