De acordo com o morador, ele trabalha como consultor e tinha ido até a Câmara para fazer o contrato da venda de um carro a um dos vereadores na quarta-feira (28). No entanto, Wagner foi surpreendido enquanto cumprimentava as pessoas que estavam no primeiro andar.
“Quando eu fui cumprimentar o presidente da casa, ele veio para cima de mim falando em tons altos de ameaça, onde ele veio a desferir três tapas na minha cara, me empurrando e vindo para cima de mim”, relembrou.
Segundo relato da vítima, o vereador lhe chamou de “moleque”, além de fazer ameaças. “Quando eu te trombar na madrugada, você vai ver quem é Marco Antonio porque eu vou te quebrar inteiro“, teria dito o parlamentar.
As agressões verbais e físicas só chegaram ao fim quando o assessor de Marco empurrou o consultor e o pediu para ele sair do local. Segundo Wagner, a confusão aconteceu porque ele compartilhou nas redes sociais uma notícia sobre uma denúncia envolvendo a esposa do vereador.
A equipe de reportagem entrou em contato com o vereador e presidente da Câmara Marco Antonio de Sousa, mas este não se manifestou até a publicação desta matéria. O g1 apurou, no entanto, que o parlamentar registrou um BO contra o homem que o acusou de agressão.
Em nota, a Câmara Municipal de Praia Grande informou que o vereador não agrediu o homem. “A denúncia em questão seria mais uma tentativa de armação dentre muitas que vêm ocorrendo para atacar o vereador de forma indigna”, diz o texto.
No mesmo dia das agressões, o consultor registrou um boletim de ocorrência por ameaça e lesão corporal no 2º Distrito Policial de Praia Grande. No local, foi expedida guia para realização de corpo de delito. A vítima fez o exame, mas ainda não recebeu o resultado.
Ao g1, os advogados do consultor, Thyago Garcia e Matheus Tamada, informaram que o episódio é “inaceitável em uma sociedade democrática e de direito”. Ainda segundo os defensores, todas as medidas legais cabíveis serão tomadas para garantir a responsabilização do agressor e a proteção da vítima.
Segundo a defesa, houve representação criminal e os advogados ainda solicitaram as imagens das câmeras de monitoramento da Câmara Municipal, que teriam desaparecido.
“Diante dessa situação extremamente preocupante [desaparecimento das imagens], lutar-se-á incansavelmente para garantir a preservação dos elementos probatórios essenciais para o esclarecimento dos fatos. No âmbito do inquérito policial instaurado, exigir-se-á que os equipamentos de monitoramento da Câmara Municipal sejam periciados a fim de constatar se, de fato, houve o apagamento das imagens e, caso positivo, identificar quem foi o responsável por tal ato”, disseram os advogados, em nota.
Garcia e Tamada ainda informaram, por meio de nota, que irão solicitar uma ação indenizatória por danos morais ao presidente da Câmara Municipal. “Em razão do dissabor [sentimento de infelicidade] causado pelas ameaças e agressões sofridas pelo senhor Nappo”.
Também segundo a defesa de Wagner, ele está “plenamente disposto a colaborar com as investigações”.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) disse que o caso foi registrado como ameaça e lesão corporal no 2° DP de Praia Grande. “Na ocasião, a vítima, um homem de 43 anos, relatou que na quarta-feira (28) foi até a Câmara Municipal da cidade para falar sobre a venda de um veículo e, no local, foi ameaçado e agredido. Ele manifestou o interesse de representar criminalmente contra o autor. Diligências prosseguem para esclarecer os fatos”.
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