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Veto de Milei à imprensa na posse de ministros faz soar o alarme na Argentina

today11 de dezembro de 2023 12

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Cerimônia privada, sem transmissão de TV, quebra tradição de 40 anos e preocupa profissionais e entidades que atuam na cobertura do governo




Em primeiro decreto como presidente da Argentina, Milei corta ministérios pela metade

Em primeiro decreto como presidente da Argentina, Milei corta ministérios pela metade

Uma decisão política do presidente argentino chamou a atenção no domingo (10) e pode ser um indicativo do modus operandi do novo governo: a ausência da imprensa na tomada de posse dos nove ministros que integram o gabinete de Javier Milei.

A cerimônia foi privada, sem transmissão oficial, quebrando uma tradição fomentada desde a redemocratização do país, há quatro décadas.

Especializado em temas sobre liberdade de expressão, o redator Alejandro Alfie, do jornal “Clarín”, manifestou em suas redes sociais a frustração, com uma foto tirada da sala de imprensa da sede do governo, enquanto ocorria a posse dos ministros.

“Não foi possível entrar ou ver de circuito fechado. Dois tuiteiros transmitem algumas fotos e vídeos de suas contas nas redes sociais. É a privatização da comunicação pública”, vaticinou.

Como reportou Ignácio Orteli, também do “Clarín”, não houve testemunhas independentes da posse dos ministros de Milei. A restrição à cobertura da imprensa acabou por se tornar contraproducente e ofuscou a concretização de uma medida popular do novo presidente — a drástica redução do número de ministérios de 18 para nove.

Houve protestos e temores do que está por vir. A Associação dos Repórteres Gráficos da República Argentina divulgou uma nota protestando contra o veto “de forma arbitrária” de profissionais no recinto parlamentar, durante a posse de Milei. “Pela primeira vez em 40 anos não poderemos cumprir nosso trabalho.”

O estilo agressivo e hostil do presidente com a imprensa preocupa a ONG Repórteres Sem Fronteiras e é motivo de alarme para o jornalismo argentino, segundo destacou Artur Romeu, diretor para a América Latina, num informe que precedeu a posse de Milei:

“Tal como Trump e Bolsonaro, o novo presidente argentino utiliza uma retórica abertamente hostil ao jornalismo, retomada e amplificada nas redes sociais por seus seguidores. Esta estratégia visa a desacreditar os meios de comunicação social e os jornalistas críticos das suas políticas.

A restrição de repórteres a um evento público acabou expressa num meme, resumindo a apreensão de profissionais com o trocadilho do nome do partido de Milei: “A liberdade de expressão não avança.”

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