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Vice de Javier Milei é tachada de negacionista da ditadura argentina

today7 de setembro de 2023 7

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Nesta segunda-feira, a vice de Milei liderou na Assembleia Legislativa de Buenos Aires uma homenagem ao que chama de “outras vítimas” do terrorismo promovido por organizações guerrilheiras antes do golpe militar de 1976. Grupos de direitos humanos qualificam Villarruel, de 48 anos, de negacionista dos crimes protagonizados pela ditadura que vigorou no país até 1983 e deixou mais de 30 mil vítimas.

Ela se posiciona na contramão das 1.189 condenações judiciais por crimes contra a Humanidade na Argentina. Se o populista e ultradireitista Milei sair vitorioso nas eleições de 20 de outubro pelo partido A Liberdade Avança, sua companheira de chapa tem planos de lançar uma auditoria para reverter as indenizações pagas pelo Estado argentino às vítimas da ditadura militar. E não esconde o desejo de indultar os repressores condenados.

“É hora de reivindicar aqueles que lutaram contra os grupos terroristas que tentaram instalar o comunismo na Argentina e que hoje estão presos injustamente por uma Justiça enviesada e manipulada pela esquerda”, assegurou Villarruel.



Defensora da tese “dois demônios”, a deputada põe no mesmo nível a violência protagonizada pelo Estado e a de grupos armados. Em 2006, fundou o Centro de Estudos Jurídicos sobre o Terrorismo e suas Vítimas, que reúne parentes de mortos por organizações, como Motoneros e Exército Revolucionário Popular (ERP).

Villarruel visitou um de seus heróis, o ex-ditador Jorge Videla na prisão domiciliar e manteve contatos com integrantes do regime militar sentenciados pela Justiça. Ganhou, com isso, o repúdio unânime de partidos de esquerda e organizações de direitos humanos.

Conforme atestou o ex-juiz León Arslanián, integrante do tribunal que em 1985 condenou as juntas militares, a Justiça já se pronunciou e deve ser acatada: a verdade histórica não equipara o terrorismo de Estado aos atos cometidos por organizações guerrilheiras, ressaltou ele numa entrevista à Rádio 10.

Em campanha pela vice-presidência argentina, Victoria Villarruel ridicularizou Estela de Carlotto, a presidente do grupo Avós da Praça de Maio, que localizou mais de 130 crianças sequestradas durante o regime militar. “É um personagem bastante sinistro para o nosso país porque, com aquele olhar de vovozinha boa, a realidade é que ela justificou o terrorismo.”

Na Câmara, ela trabalha um projeto de lei que instituiria o “Dia Nacional das Vítimas do Terrorismo na Argentina”. Villarruel usa a plataforma política para tentar reescrever um capítulo da História argentina que até agora parecia pacificado pela sociedade, a despeito da linha ideológica dos governantes que presidiram o país desde a redemocratização.

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Por: G1

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