O governo brasileiro cobrou providências da Federação Internacional do Futebol, a Fifa, e da Federação Espanhola para evitar episódios de racismo como o que Vini Jr. sofreu no domingo (21). O atacante do Real Madrid foi hostilizado pela torcida do Valencia com gritos de “mono” (macaco, em espanhol) durante partida válida pela 35ª rodada do Campeonato Espanhol.
Não é a primeira vez que Vini Jr. é vítima de ofensas racistas na Espanha. Ele sofreu pelo menos dez ataques desde 2021. O comentarista da TV Globo e do SportTV PC Vasconcellos explica que o jogador tem sido alvo constante de perseguições racistas na Europa porque “transcende” o papel reservado a jogadores negros no futebol.
“Dentro dessa estrutura branca que domina o mundo e também domina o futebol, reserva ao negro o papel de ‘pé de obra’: entra em campo, joga futebol, dribla e conquista títulos. Vinícius transcende isso: dança quando faz gol, não se encolhe no jogo quando o adversário começa a atuar de forma violenta”, afirma em entrevista a Natuza Nery.
“Nos anos 70, o poeta Torquato Neto dizia que era preciso desafinar o coro dos contentes. Vini Jr. desafia o coro dos brancos contentes com os privilégios que desfrutam. Ele desperta esse ódio porque saiu do lugar que brancos acham que todo preto tem que ocupar.”
O atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, aponta para torcedor do Valencia que proferiu insultos racistas contra ele no Estádio de Mestalla — Foto: José Jordan/AFP
Nas redes sociais, Vini Jr. afirmou que a La Liga, que organiza o campeonato, e a Federação de Futebol da Espanha acham o comportamento racista “normal”. Já Javier Tebas, presidente da entidade, rebateu as críticas, insinuando que o brasileiro exagera nas acusações de negligência diante do racismo.
Presidente do Real Madrid se encontra com o jogador Vinicius Jr após caso de racismo
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