O aposentado e motorista de aplicativo Jorge França, de 76 anos, conhecido por ‘Vovô do Uber’, resolveu compartilhar com os passageiros a história de amor vivida com a esposa Marilea Mehl, que morreu há seis anos em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele começou a dirigir um ano antes de perder a companheira, com quem diz ter vivido história “maior que Romeu e Julieta”
Ao longo das viagens por aplicativo em Santos, no litoral de São Paulo, ele relembra dos momentos com a parceira. “Vivemos um grande amor, só que nós não nos matamos. Foi o ‘até que a morte nos separe’, e ela nos separou”, disse, comparando ao clássico literário de William Shakespeare, escrito entre 1591 e 1595.
Jorge conta que os passageiros gostam das histórias, fragmentos de um relacionamento vivido por 52 anos, e que resultou em três filhos, sete netos e uma bisneta.
“Sinto falta da minha esposa. Apesar de ter 6 anos [que ela morreu], é uma coisa recente para mim. Teve um AVC, nunca teve nada, era uma mulher cheia de saúde, ficou 7 dias internada e infelizmente não resistiu”, contou.
O motorista conta que o relacionamento deles pode ser descrito como: “coisa do destino”. O casal é nasceu no Rio de Janeiro, mas só se conheceu em Santos.
Jorge junto à esposa, na última foto que ela tirou com os netos do casal — Foto: Arquivo Pessoal
Jorge resolveu trabalhar como motorista de aplicativo para, segundo ele, passar o tempo e não ficar ‘esperando a morte chegar’. Além das corridas em que ganha dinheiro, faz outras por amor. Ele costuma levar uma filha e dois netos à escola.
“Eu gosto de conversar muito. Então, às vezes, começo a falar e as pessoas contam a histórias delas. Quando conto a minha e acham bonita”, afirmou.
Jorge afirmou que os filhos são muito ligados a ele e pedem para reduzir o ritmo, mas ele garante que só vai parar quando morrer. Antes da aposentadoria, trabalhava como supervisor de operações.
“E assim vou vivendo, a gente tem que viver. Não pode ficar sentado esperando que aconteçam as coisas. A aposentadoria do brasileiro é um lixo né?”.
Para o relacionamento duradouro, Jorge deu três dicas: amor, respeito e confiança, que, segundo ele, faz com que qualquer casal viva 100 anos de amor.
“A época que nasci as pessoas eram machistas, casavam e a mulher virava do lar. Nunca proibi minha esposa de nada, por isso me considero sempre 10 anos à frente das pessoas da minha faixa etária”, disse.
Jorge ao lado dos netos e da bisneta, em Santos (SP) — Foto: Arquivo Pessoal
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