Michelle Arruda, mãe de Stephanye, fez uma postagem em homenagem à filha, com a foto dela. A autônoma falou que escreveu o texto com muita dor e lágrimas, no dia do aniversário da filha. “Como é difícil chegar nesse dia e não poder te abraçar, ligar, te desejar um feliz aniversário e falar que a mãe te ama muito, e ouvir de volta um ‘também te amo mãe”, escreveu.
A mãe de Stephanye ainda falou sobre como seria a comemoração, o que a jovem gostava de fazer e como está a família após a morte da jovem. Por fim, falou sobre a dor da perda.
“É filha, a gente vai sobrevivendo por aqui ,mas só Deus sabe como. Por fora sai um sorriso e por dentro o coração despedaçado. Comemora aí com papai e mamãe do céu, que assim que ele permitir vamos nos encontrar novamente e daremos os beijos e abraços de hoje e de sempre! Amamos você eternamente.” (veja a postagem completa abaixo)
Stephanie saiu de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, e retornava para a casa dela quando aconteceu o acidente. Ao g1, os pais contaram que Stephanye sonhava cursar Medicina e trabalhar com a Organização Não Governamental (ONG) Médicos sem Fronteiras, na África, que oferece ajuda a populações em situações de emergência.
O motorista de aplicativo e a passageira, uma cirurgiã-dentista, morreram após o carro que estavam ser esmagado por duas carretas na Rodovia Anchieta, em Cubatão (SP). Segundo apurado pelo g1, outras duas pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para hospitais da região.
A colisão ocorreu no km 51 da rodovia, na pista sentido litoral. De acordo com a concessionária, devido a lentidão do tráfego no local, uma carreta branca parou na faixa 1 da via e o carro parou logo atrás. Uma carreta azul não conseguiu frear e colidiu na traseira do carro, deixando-o prensado.
O motorista e o passageiro do veículo vermelho ficaram presos nas ferragens e morreram no local. Já os condutores das duas carretas tiveram ferimentos leves e foram encaminhados pelo Corpo de Bombeiros para um hospital da região.
Stephanie Oliveira e Caio Olivencia, passageira e motorista de app morreram em carro esmagado na Via Anchieta, em SP — Foto: Reprodução
Nilton Oliveira dos Santos, operador de produção e pai da cirurgiã-dentista, disse que por morar próximo da Via Anchieta, em Cubatão, vê a quantidade de acidentes. “A Ecovias [concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, SAI] simplesmente se limitou a dizer que o número reduziu, e é mentira, a gente vê aqui”.
Ao g1, eles falaram sobre insegurança, falta de fiscalização e pediram para que motoristas de veículos leves não trafeguem na mesma via que os pesados.
O pedido do pai da jovem, Nilton Oliveira dos Santos, é para que o tráfego dos veículos de maior porte seja separado dos de pequeno porte. “Não me parece um negócio difícil, [mas] sei que eles devem ter as questões burocráticas deles. Creio que a vida humana está acima de tudo. Eles têm condição de fazer algo melhor”, disse ele, na época.
Na época, a mãe da cirurgiã-dentista, disse que um ponto importante é a fiscalização. “O caminhão estava com excesso de peso, muito acima. Estava em alta velocidade, a 80 km/h em uma via de 50 km/h. Estava na faixa da esquerda, fugiu da balança, precisa de mais fiscalização para não acontecer com outras famílias, outros jovens”.
Carro é esmagado por carretas e duas pessoas morrem em rodovia de SP — Foto: Nina Barbosa
Em nota, a Ecovias informou lamentar o trágico acidente e esclareceu que, em relação à operação das balanças, a atuação limita-se ao fornecimento, manutenção e operação dos equipamentos de pesagem. “A Concessionária não tem poder para fiscalizar, perseguir ou punir infratores de qualquer natureza”.
A Ecovias destacou em parceria com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Polícia Militar Rodoviária nessas tarefas fornecendo equipamentos e recursos para que desempenhem funções de fiscalização e autuação.
“No trecho da serra da via Anchieta, do km 40 até o km 51, onde aconteceu o acidente, existem cerca de 20 placas informando a velocidade máxima permitida no local – que é 50 km/h, e outras 15 alertando sobre a proibição de caminhões trafegarem pela faixa da esquerda”, disse em nota.
A Ecovias pontuou que, no momento do acidente, a operação estava normal, sem qualquer ponto de lentidão, ficando opcional aos motoristas escolherem por qual rodovia subir ou descer a serra.
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