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Blinken disse que refletiu sobre o que falaram, principalmente sobre as agendas em comum. Afirmou que é amigo de Lula, mas manifestou que discorda das falas do brasileiro de que há um genocídio em Gaza e que comparam a morte de palestinos em ataques israelenses ao Holocausto, o extermínio de judeus praticado pelo regime nazista alemão.
“Obviamente, nós discordamos fortemente comparação entre Gaza e o Holocausto. Mas isso é algo que os amigos fazem. Podemos ter discordâncias sobre um aspecto de uma questão e ainda continuar o trabalho vital que estamos fazendo juntos”, disse Blinken.
“E estamos unidos em ter objetivos compartilhados: tirar reféns, obter um cessar-fogo humanitário estendido, juntamente com mais assistência humanitária e terminar o conflito.”
Blinken afirmou que Brasil e Estados Unidos são “líderes” na luta contra as mudanças climáticas e que “cuidar da Amazônia, hoje, é cuidar do planeta”: “E cuidar do planeta Terra, hoje, é cuidar da nossa própria sobrevivência. Acho que ninguém poderia definir melhor essa situação”.
“Os Estados Unidos estão lado a lado do Brasil para apoiar esses esforços para preservar a Floresta Amazônica, para diminuir o desflorestamento. Nós estamos colocando recursos nisso”, disse Blinken, lembrando que o Brasil vai sediar o COP 30 em 2025.
Secretário de Estado dos EUA se encontrou com Lula em Brasília
Em viagem oficial à Etiópia, Lula criticou a ação militar de Israel e comparou os ataques israelenses ao Holocausto perpetrado pelo regime nazista contra os judeus. A fala de Lula gerou indignação do governo de Israel, que exigiu desculpas do presidente.
Após o encontro, a embaixada dos Estados Unidos divulgou um relatório sobre os principais pontos da conversa. Essa nota não cita as declarações de Blinken sobre as falas de Lula.
“O secretário discutiu o empenho dos EUA em relação ao conflito em Gaza, incluindo o trabalho urgente com parceiros para facilitar a libertação de todos os reféns e para aumentar a assistência humanitária e melhorar a proteção dos civis palestinos”, afirmou o informativo da embaixada.
Essa foi a única menção, segundo o governo norte-americano, sobre o conflito em Gaza.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (centro) recebe o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, no Palácio do Planalto, em Brasília, no âmbito da reunião de chanceleres do G20, antes de Blinken embarcar para o Rio de Janeiro — Foto: Cláudio Reis/Enquadrar/Estadão Conteúdo
Segundo o governo dos Estados Unidos, Blinken elogiou Lula pela postura do Brasil na crise entre Venezuela e Guiana.
No fim do ano passado, o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, realizou um plebiscito para ouvir a população sobre anexar a região de Essequibo, que pertence à Guiana. A área é rica em recursos minerais. A ação da Venezuela gerou tensão entre os dois países, que ficam na fronteira norte do Brasil.
O governo Lula buscou mediar o conflito e evitar uma escalada nas animosidades.
No plebiscito, a população venezuelana concordou com a inclusão de Essequibo como território do país, mas a região continua pertencendo à Guiana.
“O secretário Blinken elogiou o presidente Lula pelo papel do Brasil na desescalada das tensões entre a Guiana e a Venezuela sobre a região de Essequibo”, afirmou a embaixada.
A nota cita também as eleições na Venezuela, marcadas para este ano, e lembra que o regime de Maduro se comprometeu com um um pleito democrático e transparente, o que não aconteceu nas últimas disputas eleitorias na Venezuela, segundo órgãos internacionais.
“O secretário reforçou a nossa posição de que Nicolas Maduro deve retornar à implementação do acordo do roteiro eleitoral de Barbados para garantir eleições presidenciais competitivas em 2024.”
Depois de Brasília, Blinken foi para o Rio de Janeiro, onde chanceleres dos países do G20 se encontram nesta semana. O Brasil vai sediar encontro de cúpula do G20 em novembro. Neste giro pela América do Sul, Blinken também terá reunião com o presidente Javier Milei, na Argentina.
Por: G1
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