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Com a coroação do pai, Rei Charles III, no último sábado (5), as polêmicas envolvendo o príncipe Harry e a realeza britânica voltaram a ganhar destaque. O que pouca gente sabe é que, ainda antes de conhecer a atual mulher, Meghan Markle, em 2014, Harry esteve no Brasil durante a Copa do Mundo. Nessa passagem pelo país, ele foi personagem central de uma curiosa visita a Cubatão (SP), que acabou marcando os moradores da cidade pela simpatia demonstrada e preocupação humanitária.
O g1 conversou com alguns moradores que viram de perto o príncipe naquele 25 de junho de 2014. Na ocasião, Harry passou a manhã na Baixada Santista e, em Cubatão, cozinhou com algumas pessoas, além de ter conhecido o funcionamento do sistema de monitoramento e previsão de riscos da região da Serra do Mar.
Atualmente com 21 anos, Isabelly Oliveira tinha 13 quando o príncipe visitou o município. Ela relembra que retornava para casa da escola e que ficou paralisada com a visão de dois carros de luxo passando pela avenida Cruzeiro do Sul. “Eles tinham as ‘bandeirinhas’ da Grã-Bretanha. Chamava atenção, mas não dava para ver quem estava dentro”. A única reação da menina foi acenar para o veículo.
No dia 25 de junho de 2014, o príncipe Harry passou a manhã na Baixada Santista, no litoral de SP. — Foto: Ong Imaginacom
Quando Isabelly chegou em casa, ligou a televisão e viu que Harry estava na cidade. Fã da família real, a então adolescentes foi comentar com a mãe. “Eu cheguei pulando de alegria para falar com ela”, relata. Porém, quando afirmou que havia visto o carro do príncipe, a mãe de menina riu dela. Segundo a jovem, até hoje, o breve encontro está marcado em sua memória. “Ela [minha mãe] perguntou se eu estava doida”, brinca.
Príncipe Harry faz visita e conhece projeto em Cubatão, SP
Após isso, o atual Duque de Sussex foi conhecer o bairro Cota 200. O tour pela comunidade passou por um mirante, de onde se observa Santos, São Vicente e Cubatão. Depois, ele andou pela comunidade, conversou com os moradores, aprendeu a fazer comida com biomassa de banana e prestigiou uma intervenção artística de projetos da região.
A moradora do bairro Cota 200, em Cubatão (SP), escolhida para guiar o príncipe Harry foi Ester Miceno. — Foto: Adailton Almeida
A moradora da Cota 200 escolhida para guiar o príncipe foi Ester Miceno e, segundo ela, ficou lado a lado da realeza. Ela contou ao g1 que até 15 dias antes da visita, ninguém sabia que o príncipe visitaria o bairro. “Até então, não sabia da grandeza disso tudo”.
Ela afirma que Harry demonstrou ser uma pessoa simples e quebrou protocolos ao longo de toda a visita. “Eu fui treinada para estar com ele. Não podia ter beijo, tinha que andar um passo atrás dele e nem entregar nada em suas mãos”, relata. Ester ainda conta que precisou de intérpretes para conversar com o príncipe e o acompanhou durante as oficinas que duraram duas horas e meia. “Foi um momento muito importante para mim. Foram os meus 10 minutos de fama”, brinca.
Em sua visita à Cota 200, em Cubatão, em 2014, os moradores lembram que ele quebrou protocolos ao se aproximar da população. — Foto: ONG Imaginacom
Maria José de Araújo Silva, de 58 anos, faz parte do projeto Ateliê Arte nas Cotas, que pintou os murais que enfeitaram a cerimônia de boas-vindas ao príncipe. Segundo ela, o grupo de artistas precisou estudar sobre a Inglaterra e esboçar elementos da cultura inglesa.
De acordo com ela, toda a comunidade ficou radiante com essa visita, também pela visibilidade que os trabalhos sociais teriam com a presença de Harry. “Muita emoção, eu fiquei sem palavras. Às vezes nem acredito que eu fiz parte desse sonho”.
A comunidade da Cota 200 ficou radiante com a visita de Harry e precisaram, inclusive, estudar para montar os painéis que seria a intervenção artística do evento. — Foto: ONG Imaginacom
Para Celina Silva, a diretora administrativa da ONG Imaginacom que organiza os projetos do bairro, a visita do príncipe significou muito para a comunidade, pois levou uma nova identidade para os moradores da Cota 200. “Até então a comunidade não tinha esse pertencimento local, não enxergava o próprio potencial”, disse.
Para Celina, o momento marcou um capítulo na história da cidade, justamente por não acreditarem que alguém importante, a nível da realeza, pudesse se interessar por Cubatão. “Isso mostrou a nossa importância”. De acordo com a diretora, até hoje a comunidade tem a planta de Manacá plantada por Harry.
Segundo ela, após a visita do príncipe o bairro passou a ter maior visibilidade, ampliando o conhecimento nacional e internacional do projeto. “Agora, todos que vem aqui querem comer o que ele comeu, fazer o que ele fez”, finaliza Celina.
De acordo com Celina Silva, até hoje a comunidade guarda a Manacá plantada pelo príncipe Harry. — Foto: ONG Imaginacom
Por: G1
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