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Alegações sobre fraude eleitoral e discurso de ódio se espalham na Espanha antes de eleições

today21 de julho de 2023 8

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As alegações, amplificadas por apoiadores do Partido Popular, de centro-direita, e do Partido Vox, de extrema direita, têm grandes semelhanças com as reivindicações infundadas feitas por Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, antes sua derrota nas eleições de 2020.

As eleições gerais de domingo foram convocadas antecipadamente pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), depois que sua coalizão de esquerda teve grandes perdas nas votações locais e regionais deste ano. A maior parte das pesquisas, no entanto, favorece o Partido Popular — que provavelmente precisará do apoio do Vox para formar uma maioria governista.

Desinformação nas redes sociais



Uma pesquisa conduzida pela Reset, organização sem fins lucrativos que estuda como as mídias sociais afetam as democracias ao redor mundo, identificou 88 perfis em redes sociais que somam mais de 14 milhões de seguidores que espalharam repetidamente conteúdo falso ou extremista na Espanha.

Um dos vídeos falsos, por exemplo, mostra supostos funcionários eleitorais enchendo as urnas de cédulas de votos. Outras postagens alegam que o Psoe, partido de Sanchéz, roubará a eleição para evitar uma derrota. Muitas publicações carregam a hashtag #pucherazo, um termo espanhol para fraude eleitoral.

“As narrativas de fraude eleitoral que minam a confiança nos processos democráticos – e que também dominaram as eleições regionais na Espanha – estão espalhadas por várias plataformas”, disseram os pesquisadores da Reset.

A análise também revelou que postagens sinalizadas por conter discurso de ódio ou teorias de conspiração eleitoral foram vistas quase 100 milhões de vezes desde janeiro. Este fato é particularmente importante considerando que o pleito espanhol ocorre em meio a um recente aumento no discurso de ódio dirigido aos imigrantes do país e aos residentes muçulmanos.

Na mesma linha, o Vox tem divulgado anúncios eleitorais com forte teor extremista. Uma das propagandas do partido, por exemplo, exalta uma teoria da conspiração conhecida como a Grande Substituição.

De acordo com a ideia, líderes democráticos em países como Espanha e Estados Unidos estariam tentando substituir residentes brancos por imigrantes não-brancos. “Em 2070, não haverá famílias espanholas”, afirma o anúncio.

Teorias da conspiração sobre o sistema eleitoral

Como aconteceu nos Estados Unidos, o uso de cédulas pelo correio é foco das teorias de conspiração eleitorais, com alguns votantes de extrema direita sugerindo que os correios seriam usados para manipular o pleito. Alberto Feijóo, líder do Partido Popular, ajudou a propagar essa narrativa em um comício na quarta-feira (12).

“Peço aos carteiros da Espanha que trabalhem ao máximo, de manhã, à tarde e à noite”, afirmou o candidato durante um comício de campanha em Múrcia. “Independentemente de seus chefes, peço que distribuam todas as cédulas pelo correio no prazo.”

Feijóo disse mais tarde que não estava tentando sugerir que o serviço postal tentaria roubar a eleição, mas sim se referindo aos desafios de lidar com tantas cédulas de correio. “Ninguém aqui está falando sobre fraude eleitoral”, afirmou o candidato.

A Espanha tem leis, auditorias e verificações independentes destinadas a desmascarar falsificações eleitorais. Contudo, casos de fraude reais que são identificados e expostos são frequentemente exagerados e retirados do contexto para sugerir problemas maiores.

Um caso do início deste ano é exemplo disso. Em maio, a polícia prendeu 10 pessoas na cidade de Melilla, depois que investigadores descobriram suspeitas de fraude eleitoral. Mesmo com seus integrantes detidos, o grupo ainda está sendo usado como evidência de fraude generalizada nas eleições.

Marc Esteve Del Valle, professor da Universidade de Groningen, na Holanda, disse que a quantidade de informações falsas e enganosas sobre as eleições espanholas e as muitas plataformas que as divulgam podem dificultar que os eleitores saibam em que acreditar. “Quanto mais avançamos, mais difícil é diferenciar informações confiáveis de informações erradas/desinformadas”, afirmou.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

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