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Alunos espancados por colegas em escola de SP foram levados para o ‘banheiro da morte’; entenda

today22 de abril de 2024 2

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Os casos ocorreram na Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto. Carlos Teixeira morreu após sofrer três paradas cardiorrespiratórias na terça-feira (16), enquanto estava internado na Santa Casa de Santos. A declaração de óbito revelou que ele morreu por broncopneumonia bilateral, tipo de inflamação nos alvéolos dos pulmões, responsáveis pela troca de oxigênio com o sangue.

Segundo Julisses Fleming, pai de Carlos, o menino reclamava de perseguição por parte de colegas desde fevereiro. Imagens obtidas pela equipe de reportagem mostram ele sendo encurralado no banheiro em questão por vários alunos. Um deles aplica um golpe de enforcamento, prendendo o pescoço da vítima, enquanto outros o empurram (assista acima).

Declaração de óbito de Carlos, de Praia Grande (SP), traz como causa da morte uma broncopneumonia bilateral — Foto: Reprodução



Após o caso vir à tona, Tatiane Boeno, mãe de um menino de 14 anos que também frequenta a escola, contou ao g1 que o filho dela também foi espancado no banheiro. Segundo ela, foram sete colegas que deram tapas e pontapés, duas vezes em um único dia, em outubro do ano passado. Um dos episódios foi dentro do “banheiro da morte”, já outro em uma “sala de cinema” do instituto.

Ela descobriu que o filho havia sido agredido no mesmo dia dos fatos, após ele tentar sair escondido da escola. “Ficou com medo porque o ameaçaram de represália na saída”, lembrou. “Mas foi ‘pego’ e levado para a diretoria”, contou ela.

A mãe desabafou que o sentimento é de revolta e medo. “Esse banheiro é perigosíssimo. Todas as brigas são resolvidas lá, pois não tem câmera. Eles [os agressores] esperam o aluno que querem fazer bullying entrar e, então, atacam em bando. São sempre os mesmos”, afirmou. Ainda de acordo com ela, o menino ficou com hematomas e arranhões pelo corpo devido ao episódio.

Mãe diz que filho foi espancado por sete alunos na mesma escola onde Carlos Teixeira, morto aos 13 anos, foi agredido pelas costas — Foto: Arquivo Pessoal e Reprodução

‘Quem entrar aqui, a gente mata’

A advogada da família de Carlos, Amanda Mesquita, apurou que não há câmeras de monitoramento no interior do ambiente, apenas nos corredores.

Ela enviou ao g1 um áudio de WhatsApp feito por um aluno da unidade de ensino, cuja data de gravação não foi especificada. O garoto diz que outro aluno “saiu correndo” para chamar a diretora quando presenciou Carlos sendo agredido.

“Nesse mesmo dia, o menino [Carlos] tinha corrido para o banheiro, os ‘moleque’ [sic] foram e pegaram ele no banheiro. Aí falou para ele assim: ‘aqui é o banheiro da morte, quem entrar aqui, a gente mata’. O ‘moleque’ jurou ele de morte na frente da professora. A professora virou para ele e falou assim: ‘ah, lá fora vocês se entendem, aqui não’”, diz o menino no áudio.

Carlos Teixeira morreu uma semana depois de dois colegas pularem sobre as costas dele, no dia 9 de abril, dentro da escola estadual de Praia Grande. O pai dele afirmou que o filho era saudável e acredita que a morte aconteceu em decorrência da agressão sofrida.

As últimas palavras de Carlos Teixeira foram sobre o medo que ele tinha de morrer. Julisses contou à equipe de reportagem que, no hospital, mesmo com fortes dores nas costas e dificuldades para respirar, o menino agradecia aos médicos e a Deus.

Minutos antes de Carlos morrer, no entanto, o homem contou ao g1 que precisou acalmá-lo. O adolescente passou a dizer repetidamente que tinha medo de partir. “Me sinto acabado e destruído“, afirmou o pai.

O g1 entrou em contato com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo para uma manifestação sobre o chamado “banheiro da morte”, mas ainda não obteve retorno.

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Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Santos.

Por: G1

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