Imagens obtidas pelo g1 mostram a situação das salas de aula, com lixo espalhado pelo chão. A sala de leitura está interditada e suja desde a queda do forro (veja acima). Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informou que substituirá a empresa MR7 Impacto Serviços Sociais e já começou o processo de contratação.
A Diretoria de Ensino de São Vicente, que atua na região, informou que busca deslocar funcionários de outras localidades para auxiliar na limpeza da escola, enquanto não é concluída a contratação de nova empresa. Ainda de acordo com entidade, o teto já está em manutenção. (leia mais abaixo)
Conforme apurado pela equipe de reportagem, três funcionárias da MR7 que atuam na unidade cruzaram os braços na segunda-feira (11) por atrasos no pagamento do salário e benefícios. A empresa alegou ter sofrido um golpe e pediu a colaboração do estado para manter o contrato em vigor, o que não vai ocorrer, de acordo com a secretaria.
Uma das profissionais, que preferiu não se identificar, disse que a empresa assumiu o serviço em novembro de 2023 e nunca pagou na data certa.
“O último [salário] que recebemos foi em 16 de fevereiro. Os cartões, vale-refeição e vale-alimentação, toda vez pagam com atraso e não pagam multa”, disse a mulher, que informou ter cerca de R$ 2,3 mil a receber da contratante.
Teto que cedeu preocupa mães de estudantes da unidade de ensino — Foto: g1 Santos
Sem itens de higiene pessoal
Ao g1, mães de alunos informaram que, embora a situação tenha piorado com a greve, a higienização da unidade de ensino não é feita adequadamente há meses. Foram citadas lixeiras lotadas nos banheiros e salas de aula que atraem insetos.
Elas também apontaram para a falta de itens de higiene, como sabonete e papel nos banheiros. A equipe de reportagem apurou que alguns estudantes levam álcool em gel de casa para manter as mãos limpas.
De acordo com a técnica de enfermagem Silvia Veríssimo Di Sanches, de 36 anos, que tem filhos de 11 e 12 no colégio, o prédio também tem problemas de manutenção. Ela citou como exemplo o teto que cedeu e, depois de duas semanas, ainda foi arrumado.
“Na reunião em que o pai dos meus filhos participou [em 16 de fevereiro], foi pedido que os alunos levassem seu papel higiênico, pois estava em falta”, relatou.
Lixo espalhado por chão de sala de aula em escola estadual de Peruíbe (SP). — Foto: g1 Santos
Empresa alega ter sofrido golpe
Em nota, o diretor operacional da MR7 Impacto, Marcos Oliveira, disse que a empresa sofreu um golpe em agosto de 2023 que resultou na perda de valores “muito expressivos” em capital de giro [recursos financeiros necessários para a empresa se manter operando regularmente], então só foi possível manter os pagamentos em dia até o começo de novembro.
“Em relação à greve, alguns se aproveitam da situação e acabam influenciando outros. Fizemos uma reunião na Diretoria de Ensino e relatamos a situação, onde pedimos apoio para que possamos manter o contrato vivo”, disse ao g1.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP), por sua vez, informou que substituirá a empresa por uma nova devido ao descumprimento da prestação de serviços. O processo de contratação já começou, e os trabalhos devem começar na próxima semana.
“Até lá, a Diretoria de Ensino de São Vicente [que atende a região] busca deslocar funcionários de outras localidades para auxiliar na limpeza da escola. A obra para reparos do telhado já está em andamento. A Diretoria de Ensino de São Vicente permanece à disposição da comunidade escolar para esclarecimentos”.
Nesta quinta-feira, o g1 fez um novo contato com a Secretaria da Educação estadual sobre a suspensão das aulas, mas ainda não obteve retorno.
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