Virginia Oliver já se tornou uma lenda no Maine, estado situado no extremo nordeste dos Estados Unidos, conhecido pelas lagostas de altíssima qualidade. Aos 103 anos completados mês passado, está na sua 95ª temporada de captura do crustáceo – começou em 1928, com apenas oito anos. A rotina é pesada e inclui acordar às três e meia da madrugada, mas ela não dispensa o batom antes de vestir o macacão e encarar o vento forte e o mar gelado. Sua longevidade profissional já a transformou em personagem de livro infantil e protagonista de um curta-metragem, no qual resume sua trajetória com simplicidade:
Virginia Oliver: aos 103 anos, ela se dedica à captura de lagostas desde 1928 — Foto: Divulgação
“Sempre fiz isso, a vida toda, e nunca enjoei: nem do trabalho, nem do balanço do barco. É importante me manter ativa.”
Os amigos a chamam de Ginny, mas a maioria das pessoas se refere a ela respeitosamente como “a senhora das lagostas” (“the lobster lady”). Virginia se surpreende com o alvoroço que passou a causar depois de reportagens veiculadas na TV quando completou 100 anos. Afinal, essa sempre foi a atividade da família – a garotinha aprendeu o ofício com o pai e o irmão mais velho – e se tornou seu ganha-pão ao crescer: casou-se com Max Oliver, também pescador, e, durante 61 anos, os dois compartilharam suas vidas e a embarcação.
Livro infantil baseado na vida de Virginia Oliver — Foto: Reprodução
Depois da morte do marido, em 2006, quem a acompanha é um dos quatro filhos, Max Jr., um “novato” de 80 anos. No auge da temporada, entre junho e setembro, a dupla sai três vezes por semana para pegar as lagostas que ficam presas nas armadilhas montadas pelos pescadores. Virginia continua apreciando a iguaria e, todo sábado, prepara um jantar para a família. São famosos seus biscoitos e feijões cozidos (baked beans), uma receita tradicional da Nova Inglaterra que se assemelha à feijoada. O barco, claro, leva o nome da dona.
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