G1 Mundo

Apesar do histórico de mentiras, deputado George Santos resiste na Câmara dos EUA e descarta a renúncia

today18 de janeiro de 2023 23

Fundo
share close

Ainda que tenha ornamentado o currículo e o histórico com todo o tipo de mentiras, o congressista republicano George Santos resiste e se mantém aferrado à sua cadeira na Câmara dos Representantes dos EUA. Filho de imigrantes brasileiros e eleito em novembro, ele sofre pressão para renunciar, mas deixou claro que só o fará se os 142 mil eleitores que votaram nele exigirem que saia.

“Eu não vou renunciar”, anunciou, pelo Twitter, o congressista calouro, de 34 anos, eleito em novembro passado.

Santos mantém-se desafiador porque conta com a anuência do recém-eleito presidente da Câmara, Kevin McCarthy. Nas 15 votações, que deixaram o líder da maioria republicano exposto ao ridículo, o deputado demonstrou lealdade a ele e cravou o seu nome em todas as rodadas, ao contrário do que fez a ala radical dos republicanos.



Protesto contra as mentiras de George Santos em Nova York, em 13 de janeiro, diante de um futuro escritório de campanha do deputado — Foto: Shannon Stapleton/Reuters

McCarthy não pode prescindir de Santos e vice-versa. O partido detém o controle da Câmara com a margem mais estreita dos últimos 90 anos. Se o congressista renunciar, não há garantias de que a cadeira volte a ser ocupada por um republicano alinhado ao presidente da Câmara.

Pelo menos sete republicanos já pediram o afastamento do congressista depois que ele deturpou sua história, inventando passagens em escolas, universidades e empregos fictícios.

O presidente da Câmara evitou comentar sobre o escândalo até assegurar a sua eleição. Depois, saiu pela tangente. Semana passada, disse que Santos tem um longo caminho a percorrer para ganhar confiança e sinalizou que ele pode vir a ser investigado pelo Comitê de Ética da Câmara.

Nesta terça-feira, porém, McCarthy admitiu que Santos poderá, inclusive, ter assentos em comitês da Câmara, num indício de que ele continuará a desempenhar seu papel como congressista: “Eu tento seguir a Constituição. Os eleitores o elegeram para servir. Se houver uma preocupação e ele tiver que passar pelo Comitê de Ética, deixe-o passar por isso”.

George Santos se apresentava com diferentes nomes e nacionalidades em aplicativos

George Santos se apresentava com diferentes nomes e nacionalidades em aplicativos

A cassação é prevista na Constituição americana, embora seja rara: até hoje apenas cinco deputados foram expulsos. Para isso, é necessária a aprovação de dois terços dos congressistas. “Se fosse eu, renunciaria. Eu não seria capaz de enfrentar meus eleitores depois de ter passado por isso”, ponderou o congressista republicano Don Bacon, à emissora ABC.

Mais e mais denúncias contra Santos vêm à tona e dificultam a sua situação. Um vídeo de 2019 mostra o congressista apresentando-se com outro nome, Anthony Devolder, durante um evento em Nova York. Ele disse ser judeu, com ascendência ucraniana, mas foi desmentido.

No início da pandemia, em março de 2020, relatou ter lutado contra um tumor cerebral. Em outra entrevista, disse que perdeu quatro funcionários no massacre com 49 mortos na boate Pulse, em 2016 em Orlando. Ele se envolveu em uma empresa acusada de esquema de pirâmide, foi despejado de vários imóveis e teve a sua carteira de motorista suspensa. Assumidamente gay, Santos também omitiu ter sido casado com uma mulher.

Segundo o jornal “The New York Times”, membros do Partido Republicano teriam sido avisados da extensa trama de falsidades relacionadas ao candidato ainda durante a campanha. Mas a candidatura prosseguiu e foi bem-sucedida até que a sua vida fictícia e fabricada fosse exposta ao público.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.

Avalie

Post anterior

violencia-aumenta-no-mali-um-ano-apos-chegada-dos-russos-do-grupo-wagner

G1 Mundo

Violência aumenta no Mali um ano após chegada dos russos do Grupo Wagner

“Vi meu filho de 16 anos morrer”, disse Diallo à Associated Press na capital do Mali, Bamako, onde vive em um campo improvisado para deslocados. Enquanto contava os eventos daquele dia, o ex-pecuarista de 47 anos não escondia a raiva contra as tropas, que ele acredita serem mercenários russos, que viraram seu mundo de cabeça para baixo. “Eu realmente quero que a paz volte e as coisas voltem ao normal. […]

today18 de janeiro de 2023 9

Publicar comentários (0)

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.


0%