Armador Yago sofreu racismo na Espanha depois de Vini Jr. em fevereiro: ‘O mais angustiante é que você não sabe o que vai acontecer’
“O mais angustiante é que você não sabe o que vai acontecer”, explica o armador da seleção de basquete, jovem talento brasileiro que saiu do país em 2022.
Yago Mateus ouviu gritos de “mono” vindos de uma torcedora espanhola na Catalunha em fevereiro — Foto: Reprodução/GloboNews
“Com você, lógico, é a minha profissão e eu tenho que acordar no outro dia e ir treinar, tenho que jogar no mesmo local que isso aconteceu, se for possível. Mas você não sabe o que vai acontecer com a pessoa que fez isso. Porque isso é um crime, e se você comete um crime, você tem que arcar com as consequências independentemente de quais sejam”, pede o atleta.
No início de fevereiro deste ano – ou seja, poucos dias depois depois que um boneco com a camisa de Vini Jr. foi pendurado pelo pescoço em uma ponte de Madri – Yago, que atua no Ratiopharm Ulm, enfrentava o Joventut Badalona, em Badalona (região na província de Barcelona), quando ouviu gritos de “mono” (macaco, em espanhol) vindos de uma mulher na arquibancada. E na ocasião, nada foi feito para punir a torcedora.
“Confesso que isso me fez relembrar os dias que eu passei, a tristeza que eu senti e a dor no coração que eu sei que ele deve estar sentindo muito. Eu imagino o que ele deve estar sentindo, e o que a gente sente é bem difícil de lidar”, admite Yago, contando qual era o sentimento de impotência que sentiu e que todos que sofrem racismo sentem ao ouvir ofensas.
“O que aconteceu comigo, o que acontece não só com o Vinicius Júnior, mas com muitas pessoas ao redor do mundo e que não aparecem, é que é uma coisa que você não sabe como lidar na hora e depois, e quanto mais você vê, mais raiva sente. E não sei se é essa a palavra certa, mas foi o que eu realmente senti nos dias após o ocorrido. Então é uma coisa muito triste”, lamenta.
Veja mais sobre o caso Vini Jr.
Publicar comentários (0)