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‘As pessoas de Rafah não sabem para onde ir’, diz chefe de agência da ONU; Netanyahu ordenou retirada total do último refúgio de Gaza

today10 de fevereiro de 2024 3

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Os habitantes de Rafah, no Egito, estão preocupados com o avanço do exército israelense na cidade, disse Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA — agência da ONU que dá assistência a refugiados palestinos, nesta sexta-feira (9).

Rafah é considerada o último refúgio de cerca de 1,5 milhão de pessoas — quase toda a população da Faixa de Gaza — que, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, deixaram o norte, o centro e outras cidades do sul do território palestino por conta de bombardeios e ações por terra do Exército de Israel.

  • Veja abaixo o ANTES e o DEPOIS da fuga dos palestinos a Rafah



“Há um sentimento crescente de ansiedade e pânico em Rafah, porque basicamente as pessoas não têm ideia para onde ir”, disse Lazzarini.

O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, afirmou na sexta (9) que os civis palestinos em Rafah, na Faixa de Gaza, precisam ser protegidos, mas é contra um deslocamento forçado em massa de pessoas. A declaração veio em meio à ordem de Netanyahu para evacuação da cidade.

“Estamos extremamente preocupados com o destino dos civis em Rafah. As pessoas precisam ser protegidas, mas também não queremos ver nenhum deslocamento forçado em massa de pessoas, o que é, por definição, contra a vontade delas. Não apoiaríamos de forma alguma o deslocamento forçado, que vai contra o direito internacional”, disse Dujarric.

ONU: avanço sobre Rafah aumenta pesadelo humanitário

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O Secretário-Geral do Conselho Norueguês para Refugiados, Jan Egeland, alertou para um “banho de sangue” caso as operações israelenses se expandam em Rafah.

“Não se pode permitir uma guerra em um campo de refugiados gigantesco,” disse Egeland.

Avanço israelense em Rafah

Benjamin Netanyahu anunciou nesta sexta-feira que pretende ocupar toda a cidade temporariamente e que, por isso, pediu um plano de evacuação dos civis aos seus militares. Segundo o premiê israelense, Rafah é também o último bastião do Hamas e, portanto, o último front de batalha para completar sua guerra contra o grupo terrorista.

Nesta sexta, o Exército israelense já bombardeou alvos em Rafah. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, oito pessoas morreram.

É na cidade, também, para onde os milhares de estrangeiros que estavam na Faixa de Gaza vão quando recebem autorização para deixar o território — eles saem de lá pela passagem fronteiriça com o Egito, aberta apenas para a entrada de ajuda humanitária e saída de estrangeiros previamente autorizados ou de casos hospitalares emergenciais.

Israel anuncia ampliação da guerra no sul da Faixa de Gaza

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O Egito não autoriza a entrada de palestinos em seu território, a não ser em casos excepcionais.

O anúncio foi criticado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que disse que a ocupação pode ter graves consequências humanitárias, já que a população não tem para onde ir.

Os Estados Unidos, que têm criticado as ações de Israel em Gaza, também vinham tentando que o acordo para uma nova trégua entre as duas partes saísse antes de Tel Aviv anunciar a ofensiva em Rafah.

No entanto, as negociações fracassaram, e uma nova rodada foi aberta na quinta-feira (8), em Cairo, no Egito.

Rafah antes e depois dos refugiados da guerra

Imagens aéreas de Rafah mostram o assentamento de refugiados da guerra no local. É possível ver o impacto do deslocamento de cerca de 1,5 milhão de pessoas de diversas regiões da Faixa de Gaza para a cidade, que tem população de 280 mil pessoas. Veja foto abaixo.

Imagem Planet Labs PBC via AP Imagem Planet Labs PBC via AP

Veja impacto do deslocamento da população da Faixa de Gaza para a cidade de Rafah, no Egito. — Foto 1: Planet Labs PBC via AP — Foto 2: Planet Labs PBC via AP

O Egito enviou cerca de 40 tanques e veículos blindados de transporte de pessoal para a região da cidade de Rafah, no nordeste do Sinai, nas últimas duas semanas.

A medida do governo egípcio faz parte de uma série de medidas para reforçar a segurança na fronteira com Gaza, segundo duas fontes de segurança do país ouvidas pela Reuters. O destacamento ocorreu antes da expansão das operações militares israelenses em torno de Rafah.




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Por: G1

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