Zelão mora nas ruas de Apiaí há 15 anos e agentes municipais tentam localizar a família dele — Foto: Divulgação/Creas Apiaí
Um idoso mora há 15 anos nas ruas de Apiaí, no interior de São Paulo. A assistência social do município tenta localizar a família de José Batista Rosa, de 61 anos, que afirma ter nascido em Guarulhos (SP). Em entrevista ao g1, a coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Creas), Débora Ferraz, afirmou que José possui esquizofrenia e tem miiases, uma infestação de larvas de moscas na pele. O idoso recebe diariamente cuidados de agentes municipais.
Segundo Débora, são realizados trabalhos paliativos para cuidar da saúde de José, conhecido no município como Zelão. Ela ressalta que o Creas está há um bom tempo tentando emitir os documentos pessoais dele, para uma possível internação. Porém, ainda não foi possível, por não ter mais informações sobre o morador em situação de rua.
“Nós, como Creas, tentamos fazer uma pesquisa com a digital dele junto com a Polícia Civil, mas não houve êxito. Ele chegou no município há 15 anos e sem documentação, e é exatamente por este motivo que precisamos achar um familiar dele”, explicou.
Coordenadora do Creas acompanha o tratamento médico de Zelão em Apiaí — Foto: Divulgação/Creas Apiaí
Débora contou que Zelão já comentou sobre a família e o passado. O nome dos pais dele seriam Maria Silva Rosa e Antônio Rosa. Ele teria um irmão chamado Antônio Batista Rosa. O idoso também falou sobre Lucélia Batista Rosa, mas não informou se ela seria sua irmã ou filha. Ele contou que morou nos bairros Vila Guilherme e Vila Gustavo, em São Paulo, e que teria trabalhado na Empresa Catarinense e na Escola Montessori, em Guarulhos.
Com bases nestas informações passadas por ele, a equipe do Creas, junto a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Polícia Civil realizam buscas para localizar os familiares do morador em situação de rua.
Há cerca de 15 dias, o idoso, que segundo Débora tem esquizofrenia, também foi diagnosticado com miiases, uma infestação de larvas de moscas na pele. “Ele foi pego com bichinhos na perna. Foi internado e saiu quase que bem, mas tem que ser feita a higiene e a troca de curativo todos os dias”.
“Fazem quatro anos que cuido dele. Antes ninguém cuidava dele, ele era praticamente ‘um nada’. Como no município tem poucos [moradores em situação de rua], eu consigo cuidar deles. Cuidamos dele diariamente com alimentos, higiene e médicos”, disse.
Agentes do Creas e da GCM ajudam nos cuidados paliativos de Zelão, que mora nas ruas de Apiaí — Foto: Divulgação/Creas Apiaí
Débora esclareceu que o Creas e a Guarda Civil Municipal realizam cuidados para diminuir o sofrimento de Zelão e de outras pessoas em situação de rua, porém, segundo ela, alguns moradores dificultam o trabalho dos agentes.
“Ele [o José] tem esquizofrenia, e a população dá bebidas alcoólicas para ele. Isso dificulta meu trabalho. Ele ainda está em situação de rua, pois ele não fica em lugar fechado e sem documentação não é possível encaminhar para internação. Ele morou em uma base da GCM por três meses, mas quebrou tudo, pois é violento”, desabafou a coordenadora.
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