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Ataque a assentamento de judeus na Cisjordânia deixa dois israelenses mortos

today19 de agosto de 2023 6

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O atentado ocorreu em posto de gasolina de um assentamento de judeus perto do bairro palestino de Huwara, onde houve outros ataques do tipo nos últimos meses. As vítimas, segundo as autoridades, eram cidadãos israelenses.

Até a última atualização desta notícia, militares israelenses buscavam o autor dos tiros.

A ação, segundo o governo israelense, buscava membros de facções que planejaram atentados recentes contra judeus.



A violência na Cisjordânia piorou após o governo israelense anunciar a construção de mais residências para judeus em uma área demarcada inicialmente para palestinos. A medida foi criticada até pelos Estados Unidos, forte aliado de Israel.

Com a escalada da violência, as perspectivas de retomar as negociações de paz mediadas pelos Estados Unidos, que fracassaram há quase uma década e visavam estabelecer um Estado palestino na Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, voltaram a ficar congeladas.

Entenda conflito na Cisjordânia

Entenda conflito na Cisjordânia

Por que a nova onda de violência começou?

Mapa mostra áreas de ataques recentes no Oriente Médio. — Foto: arte/ g1

Como ocorre frequentemente na região, a escalada da violência é uma série de respostas e retaliações de um dos lados do conflito a ataques e medidas vindas do outro lado.

Desta vez, porém, um importante fundo político interno de Israel teve papel direto no conflito.

Nas últimas eleições no país, em 2022, o partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o conservador Likud, só conseguiu formar maioria para governar fazendo alianças com dois partidos ultraortodoxos e três de extrema direita – o país tem um modelo parlamentarista e, por isso, eleitores votam em um partido, que, para assumir o governo, deve alcançar votos suficientes para uma maioria no Parlamento, ou ainda se aliar a outras siglas para isso.

Netanyahu só conseguiu voltar ao poder graças à aliança com o polêmico Itamar Ben-Gvir, um deputado com um discurso incendiário contra palestinos. Seu partido, o Sionismo Religioso, dobrou o número de assentos no Parlamento e tornou-se a terceira força política do país.

O parlamentar da extrema direita de Israel Itamar Ben Gvir, após votar no assentamento judaico de Kiryat Arba, na Cisjordânia, em 1º de novembro de 2022. — Foto: Tsafrir Abayov/ AP

E uma das exigências de Ben-Gvir para apoiar o governo Netanyahu foi justamente o aumento de assentamentos de israelenses dentro da Cisjordânia – os judeus ortodoxos defendem a ideia de que o território deve ficar com seu Estado.

No fim de junho, atendendo à exigência de Ben-Gvir, Netanyahu anunciou ter aprovado alvarás para a construção de mais de 5 mil unidades habitacionais dentro da Cisjordânia – e que serão ocupadas por judeus israelenses.

Acontece que esse é justamente o principal ponto de discórdia entre judeus e palestinos desde a criação do Estado de Israel, em 1948. Os assentamentos de judeus, que são financiados pelo governo israelense, são condenados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela maioria dos países.

Revoltados com o anúncio, militantes palestinos fizeram então uma série de ataques a colonos judeus que vivem nas residências construídas na região, desde lançamento de pedras a foguetes, segundo Tel Aviv.

No início de julho, em resposta então aos ataques aos colonos judeus, o Exército israelense iniciou a operação em Jenin, na Cisjordânia. Foi lá, segundo Israel, que foram planejados esses atendados.

A ação foi a maior de Israel na Cisjordânia dos últimos 20 anos e deixou 12 mortos.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.

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