Segundo apurado pela reportagem, a série de ataques se intensificou no último mês. Alguns dos responsáveis utilizavam capuzes durante os atos criminosos.
Entidades sociais e ativistas dialogam com a prefeitura da cidade para tentar garantir proteção às vítimas, além de atendimento médico aos que necessitam. Uma protetora dos direitos humanos, que não quis se identificar, contou que há, inclusive, idosos desaparecendo na Praça Barão.
‘Agora eles têm mais medo ainda’
De acordo com a ativista, uma equipe vai para as ruas sempre que pode para fazer a escuta qualificada das pessoas em situação de rua. “De três meses pra cá, está mais difícil do que antes. Tem um grupo aí, que eles estão até chamando de ‘ninjas'”, afirmou.
“Se já estava difícil e tinham medo por morar na rua, agora têm mais medo ainda, porque eles tão espalhados. Cada dia que passa acontece uma novidade e eles não sabem nem porque estão apanhando, esse é o problema”, acrescentou.
Outra ativista, que também não quis se identificar, disse ao g1 ter recebido a informação de que um homem teve os braços quebrados. Ela também destaca que as travestis são o principal alvo dos criminosos.
Segundo as denúncias, os criminosos em questão mandam as vítimas deixarem o local onde ficam, além de xingá-las e agredi-las fisicamente em meio a ameaças.
A primeira ativista informou que, nesta quarta-feira (15), houve uma nova ocorrência. A população em situação de rua que vive na Praça 22 de Janeiro teria sido abordada por um homem que afirmou que iria “dominar” o local.
Segundo a mulher, ele deu um soco no peito de um homem em situação de rua, que quase desmaiou. Outro homem relatou que um rapaz acordou ele e outras pessoas com chutes, armado.
“Quando foi agora, semana passada, aí pegou mesmo. Segundo eles me relataram, bateram em uma pessoa em situação de rua, mas a gente não encontra. Não sabem que rumo essa pessoa tomou, com os dois braços quebrados”.
No documento enviado ao MP-SP, Rui Elizeu destaca que “há a clara dificuldade de que um morador de rua, paupérrimo, maltrapilho, por vezes sem documentos, se dirija a uma delegacia de polícia para noticiar um ataque de terceiros contra si”.
“Nós tomamos essa iniciativa, fizemos essa denúncia. E é importante que os criminosos que fizeram isso saibam que já foi denunciado, que a imprensa já está sabendo, que a sociedade vai saber. E que parem. No mínimo isso”, disse.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de São Vicente para questionar se houve avanço nas investigações, mas ainda não obteve retorno. A Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) também foi questionada e informou que, com os dados passados, localizou registros.
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