Dois bailarinos de 16 anos de Santos, no litoral de São Paulo, levaram medalha de bronze no Festival Valentina Kozlova, que ocorreu em Nova York, nos Estados Unidos. Sabrina Rodriguez e Gesnier Eliseu, que arrecadou R$ 30 mil para tirar o passaporte e viajar devido à falta de recursos financeiros, são parceiros de dança há dois anos e meio.
Os dois adolescentes são alunos da academia Contrapasso, dirigida pela professora Mariluci Giannaccini. Eles receberam o convite para a competição internacional mundialmente reconhecida após se apresentarem no Festival Bravos, em São Paulo, em outubro do ano passado.
O Valentina Kozlova aconteceu entre os dias 8 e 12 de abril, período em que os competidores também tiveram diversas aulas. Com ensaios praticamente diários desde o início do ano, eles apresentaram o duo “Terra Seca” e tiveram como adversárias outras 11 duplas, de várias categorias e idades. A coreografia contemporânea do professor Leandro Soares levou a dupla ao pódio.
Dupla de Santos (SP) conquistou medalha de bronze em festival internacional realizado nos Estados Unidos — Foto: Reprodução/Redes sociais
Gesnier Eliseu teve o primeiro contato com a dança em fevereiro de 2019, em uma Organização Não Governamental (ONG). Ele ganhou uma bolsa na Contrapasso poucos meses depois e passou a integrar a equipe da academia.
Ele e Sabrina se conheceram em 2021, quando ele entrou para a mesma sala dela. Há cerca de dois anos e meio, eles ensaiam e se apresentam com o duo, que já rendeu vários prêmios em outras ocasiões.
“Quando entrou 2024, nós começamos a ensaiar diariamente. E era bem puxado, só domingo que a gente pegava para descansar, mesmo. Então, fazíamos de segunda a sábado”, disse ao g1 sobre a preparação.
Morador do bairro Paquetá, em Santos, o estudante contou com a ajuda de amigos, familiares e a própria academia de dança para custear a viagem a Nova York. Para juntar os R$ 30 mil necessários, eles fizeram rifas e “vaquinhas” por meses até conseguir o valor total.
“Eu acho que meu sentimento é mais de orgulho de mim mesmo. É bastante gratidão por todo mundo que me ajudou a poder estar lá e também a lapidar todos os dias a minha técnica na dança, não me deixar desistir”, comemorou.
Dançarinos de Santos (SP) Sabrina Rodriguez e Gesnier Eliseu durante ensaios do duo ‘Terra Seca’ — Foto: Flávia Sá
Diferente do amigo, Sabrina Rodriguez começou a usar as sapatilhas quando tinha somente quatro anos. Adepta do ballet, ela conheceu a dança contemporânea em 2019 e, em 2022, passou a ensaiar o duo com Gesnier.
A adolescente contou que ficou muito contente ao ir para os Estados Unidos, já que dançar em outro país era algo que almejava.
“Foi a primeira vez que eu dancei fora do país. Eu acho que foi uma experiência única. Sempre foi o meu sonho dançar fora do país, com várias pessoas de diferentes lugares. É uma realização para mim poder dançar em um festival internacional pela primeira vez”.
Sabrina e Gesnier no metrô de Nova York. — Foto: Thais Garcia
Thais Garcia, também professora da Contrapassou, foi quem acompanhou os alunos na aventura até os Estados Unidos. Segundo Mariluci, o espetáculo “Terra Seca” faz alusão à seca e à falta d´água encontrada em muitas regiões brasileiras.
Para ela, o prêmio representa uma conquista de “ver aquilo que você ama fazer brilhar”. Acompanhando o desempenho de Sabrina desde o início, ela considera que os dois alunos são muito dedicados.
“É tão difícil hoje famílias que acreditem na arte, jovens que acreditem na arte […] Os que acreditam, a gente fica muito feliz. Porque quem ama a arte, como nós professores, que vivemos disso, sabe que os poucos a gente tem que ajudar. E, é lindo”, disse.
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