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Mais da metade dos mortos são mulheres e crianças, afirma o ministério.
Cerca de 1,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados, com mais de meio milhão de pessoas em 147 abrigos da ONU, afirma a própria organização.
Neste sábado (21/10), caminhões com doações de alimentos, medicamentos e outros itens básicos começaram a entrar na Faixa de Gaza pela fronteira com o Egito.
O Exército de Israel disse que a ajuda se destinava apenas à parte sul do enclave palestino.
Os militares também pediram que todos os moradores do norte da Faixa de Gaza deixem a região e se desloquem para o sul da reserva de Wadi Gaza, no centro do território.
No entanto, os ataques aéreos israelenses também continuaram no sul de Gaza. Algumas pessoas se recusaram a sair das suas casas, afirmando que nenhum lugar é seguro.
Israel cortou o fornecimento de combustível, eletricidade e água a Gaza depois que o braço militar do Hamas invadiu a fronteira com Israel, matando mais de 1.400 pessoas e fazendo mais de 200 reféns.
O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) disse que “bombardeios intensivos” continuavam em Gaza, assim disparos indiscriminados de foguetes contra centros populacionais israelenses” de grupos armados palestinos.
Funcionários da ONU descrevem a situação em Gaza como catastrófica. Já o porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, disse que as condições humanitárias em Gaza estavam “sob controle”.
Os últimos ataques aéreos israelenses destruíram o bairro de al-Zahraa, no centro de Gaza. Mais de 20 blocos de apartamentos foram arrasados durante a noite de sexta-feira (20/10).
Imagens e vídeos postados nas redes sociais mostraram nuvens de fumaça subindo acima do bairro e fileiras de prédios destruídos ao longo de ruas repletas de escombros.
Moradores disseram à BBC que não esperavam o bombardeio porque a área estava relativamente calma. Eles disseram que foram instruídos a evacuar na noite de quinta-feira, por volta das 20h30, no horário local.
“Corremos pelas ruas. Então Israel começou a bombardear esta área sem parar, das 21h às 7h desta manhã”, disse uma mulher à BBC na sexta-feira.
O bombardeio deixou milhares de pessoas sem ter para onde ir. Na sexta-feira, outro morador disse à BBC que pessoas ainda estavam presas sob os escombros de suas casas.
“As ambulâncias não podem chegar aqui. As pessoas estão gritando, mas não podemos retirá-las”, disse ele.
Fumaça cobre o céu após ataque na Faixa de Gaza — Foto: MOHAMMED SABER/EPA-EFE/REX/SHUTTERSTOCK via BBC
No norte de Gaza, a organização humanitária Crescente Vermelho disse que as forças israelenses ordenaram a evacuação do hospital Al-Quds.
O hospital abriga atualmente mais de 400 pacientes e 12 mil civis deslocados, segundo a instituição.
A Crescente Vermelho apelou à “comunidade internacional para agir com urgência”.
Um grupo de médicos, Médicos pelos Direitos Humanos de Israel, disse ter apresentado uma petição ao Supremo Tribunal israelense alertando que o hospital Al-Quds não poderia ser esvaziado.
“Na sua resposta, o Estado anunciou que não atacaria o hospital por enquanto”, disse o grupo, que afirmou que um ataque ao local poderia colocar civis em perigo, representar uma violação do direito internacional e causar danos aos serviços médicos.
Já a ONG Save the Children alertou que a vida de um milhão de crianças em Gaza “está em jogo”.
A agência humanitária pediu a evacuação médica urgente de crianças doentes e feridas de Gaza e alertou para o aumento de mortes como resultado direto da grave escassez de suprimentos médicos e dos apagões de energia.
Moradores da Cidade de Gaza fogem em um carro enquanto Israel continua os ataques aéreos na Faixa de Gaza — Foto: MOHAMMED SABER/EPA-EFE/REX/SHUTTERSTOCK via BBC
Israel disse que abriu investigações sobre um ataque aéreo que danificou o complexo de uma igreja em Gaza durante uma investida contra o Hamas na quinta-feira.
Um edifício próximo à Igreja de São Porfírio, na cidade de Gaza, desabou parcialmente no ataque.
Autoridades do Hamas disseram que 16 pessoas morreram, enquanto Israel apenas disse estar ciente de relatos de vítimas.
O ex-deputado americano Justin Amash disse que vários de seus parentes que estavam abrigados no complexo da igreja foram mortos como resultado do ataque aéreo israelense.
“A comunidade cristã palestina sofreu muito. Nossa família está sofrendo muito”, escreveu ele no X (antigo Twitter).
As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram que seus caças atingiram um centro de comando e controle do Hamas, que estava sendo usado para realizar ataques com foguetes, nas proximidades da igreja.
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“Como resultado do ataque das FDI, o muro de uma igreja na área foi danificado. Estamos cientes de relatos de vítimas. O incidente está sob revisão”, afirmou o Exército.
“As IDF podem afirmar inequivocamente que a igreja não foi o alvo do ataque.”
Com base nas imagens divulgadas na sexta-feira, parece que embora o edifício principal da igreja tenha sofrido alguns danos, foi um edifício adjacente , que fica dentro do complexo, que desabou.
Fotos analisadas pela BBC Verify, a unidade de checagem de fatos da BBC, mostram uma grande quantidade de detritos caindo na estrada.
O Patriarcado Ortodoxo de Jerusalém, chefe da principal organização cristã palestina, expressou a sua “mais forte condenação ao ataque aéreo israelense que atingiu o complexo da sua igreja”.
São Porfírio é a igreja mais antiga ainda em uso em Gaza, cuja estrutura atual remonta ao século 12. Existem cerca de 1.000 cristãos em Gaza, a maioria dos quais são ortodoxos gregos.
O Hamas disse que cerca de 500 pessoas estavam abrigadas no local, mas a BBC não foi capaz de confirmar a informação.
Por: G1
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