O pai da bebê, Paulo Opazo, contou ao g1 que Isabella Gomes Opazo nasceu em 6 de outubro e que teve alta dois dias após o parto. Porém, no dia 16 de outubro, ela precisou ser internada no Hospital Irmã Dulce por causa de bronquiolite.
Segundo ele, a filha estava apresentando melhora e já tinha previsão para ser desentubada, mas manobras realizadas por uma fisioterapeuta teriam ocasionado a piora de Isabella, que faleceu na noite do último sábado. “Ela estava com a saturação ótima, ia ser desentubada já. A fisioterapeuta mexeu nela, acabou perfurando o pulmão dela, só que eles estão negando”.
Na declaração de óbito, consta que as causas da morte de Isabella foram: choque séptico, hemorragia pulmonar, coagulação intravascular disseminada, sepse fúngica, pneumonia e bronquiolite.
Os pais da menina registraram um boletim de ocorrência. Segundo o documento, eles declararam que a filha estava internada no Hospital Irmã Dulce desde 16 de outubro em razão de bronquiolite e que no dia 4 de novembro, por volta das 16h, uma fisioterapeuta, ao realizar manobras na vítima, trocou de lugar o tubo de intubação da vítima.
A mãe relatou que ouviu um barulho e notou que a saturação da filha baixou para 40, sendo que anteriormente estava em 100. Ela questionou se o tubo havia saído do lugar, mas a fisioterapeuta disse que não.
Os pais solicitaram que fosse realizado um raio-X e o médico informou que estava normal, apenas que o tubo estava um pouco para baixo e o colocou no lugar. Eles notaram sangue no tubo e, ao questionar o médico, o profissional informou que era normal.
Ainda de acordo com o bolerim, no sábado (5), a saturação da bebê permaneceu baixa e, por volta das 12h, um médico informou que, segundo o exame de sangue, a vítima estava com fungo ‘cândida’ no sangue, o pulmão estava com muito catarro e início de anemia. Por volta das 20h45, a bebê faleceu.
Além do luto da perda da filha, os pais tentam para conseguir o prontuário médico para realização de um exame, que deve confirmar o que causou a morte da bebê.
“Estou tentando que seja feita uma autopsia para comprovação da morte, mas o hospital não quer entregar o prontuário da menina para ser feito esse laudo, eles estão enrolando, dizem que não podem entregar”, disse Opazo.
De acordo com o pai, o hospital já liberou o corpo para ser encaminhado ao IML, porém o Instituto não aceita porque precisa do prontuário. “[O hospital] está negando entregar, está alegando que tem que falar com fulano, ciclano, que precisa de uns 15 dias no mínimo e em 15 dias não vai dar para constatar o motivo da morte”.
Família acredita que bebê de 29 dias faleceu após fisioterapeuta ter perfurado o pulmão da criança durante manobra em Praia Grande (SP) — Foto: Arquivo Pessoal
Em nota, o Hospital Irmã Dulce informou que, para a necropsia, o IML solicita subsídios e não necessariamente a cópia do prontuário, e que o relatório médico para encaminhar ao IML está sendo elaborado.
Além disso, o hospital informou que em relação aos questionamentos da assistência, os relatos estão sendo averiguados e que a unidade tem uma equipe técnica capacitada multidisciplinar para a assistência dos pacientes na unidade pediátrica e que fornece de forma humanizada o atendimento aos seus pacientes.
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre o IML não realizar o exame necroscópico sem o prontuário médico, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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