A decisão da expulsão foi publicada no Diário Oficial do Estado, no último sábado (8). Pedroso recebeu a pena de expulsão por violar o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar, conforme uma investigação da Corregedoria da PM. Ele teria atentado à Instituição, ao Estado e aos direitos humanos fundamentais, além de desonrar o código de honra de forma grave.
A Justiça, na época, concedeu liberdade provisória ao suspeito. A Polícia Civil suspeita da possibilidade do crime ter motivação passional, já que o autor do disparo e a vítima mantinham um relacionamento com a mesma mulher, que testemunhou o disparo.
As investigações prosseguem para esclarecer os fatos. A defesa alega que o bombeiro acreditou que iria ser vítima de violência, e “apenas defendeu-se da possível injusta agressão”.
O crime ocorreu por volta das 19h30 no dia 4 de março, no bairro Vera Cruz. A PM foi acionada após um morador ouvir um tiro. Chegando ao local, ele informou às equipes que era policial militar e que atuava no Posto 3 do Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar), em Mongaguá.
O suspeito relatou à polícia que dirigia o carro dele quando percebeu que estava sendo perseguido por um homem em uma motocicleta, que desceu do veículo e foi em direção a ele. Como pensou que seria roubado, atirou na direção do guarda-vidas, que foi atingido no rosto e caiu na via. O bombeiro afirma que apenas depois do tiro percebeu que se tratava de um colega de trabalho.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito deu versões diferentes para as autoridades. Além disso, testemunhas que moram na rua do ocorrido relataram terem ouvido uma discussão antes do disparo de arma de fogo.
A mulher, que a polícia suspeita ser pivô do crime, afirmou às autoridades que reconheceu Muller quando ele ainda estava com o capacete, o que faz a polícia suspeitar da versão do bombeiro, de que não o reconheceu antes de atirar. Isso porque o suspeito estava mais próximo de Muller do que a mulher estava, e a vítima ainda caminhou em sua direção, sem o capacete.
Conforme o boletim de ocorrência, a mulher também declarou em depoimento que o bombeiro lhe enviou mensagem por WhatsApp um dia antes do crime, questionando se ela mantinha algum relacionamento com Muller. Ela admitiu às autoridades que continuava saindo com o guarda-vidas.
O rapaz confessou que não prestou socorro ao colega após o disparo, afirmando que a atitude foi tomada porque ele estaria em estado de choque naquele momento.
Por meio de nota, o advogado do bombeiro na época, Celso Carlos Perezin Junior, disse que houve um engano no crime, já que o bombeiro acreditou que iria ser vítima de violência e “apenas defendeu-se da possível injusta agressão”. O advogado disse que trata-se de uma fatalidade, e que o homem encontra-se profundamente consternado com os acontecimentos.
Com relação ao disparo, a defesa afirmou que em nenhum momento foi dito que o tiro seria à distância. “Ocorre que o local dos fatos possui iluminação pública precária, razão pela qual o tiro foi dado ante a aproximação do possível agressor”. Sobre a motivação, a defesa afirma que não havia motivos para ciúmes, “haja vista que, como falado pela mesma, era um envolvimento efêmero”.
Com relação à discussão relatada por vizinhos, a defesa afirmou que não houve tempo, pois “um indivíduo se aproximou de forma ameaçadora e Anderson efetuou o disparo por acreditar que seria atacado. E, somente após o disparo, verificou de quem se tratava”.
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