O ajudante de pedreiro Wesley Silva, de 22 anos, contou ao g1 que estava acompanhando a esposa na unidade de saúde localizada na Rua José Ernesto Bechelli, no bairro Sabaúna, uma vez que a mulher estava com de cabeça, febre e sintomas respiratórios.
À equipe de reportagem, Wesley disse ter sido agredido junto com a esposa por funcionários da unidade de saúde após um, desentendimento que, ainda segundo ele, começou quando uma funcionária do controle de acesso ‘problematizou’ o fato dele acompanhar a esposa na consulta.
Em nota, a Prefeitura de Itanhaém informou que servidoras e servidores municipais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foram agredidos “por um usuário que aguardava atendimento” (confira o posicionamento completo do município no fim da reportagem).
Wesley disse ter acompanhado a mulher na triagem, mas ressaltou que os problemas começaram quando ela foi chamada para o corredor onde aguardaria atendimento. De início, os funcionários explicaram que acompanhantes só eram permitidos para idosos e menores de idade, mas o homem disse que a companheira não estava bem para ficar sozinha. Por isso, teve a entrada dele foi permitida.
O homem relatou que, em seguida, uma funcionária do controle de acesso o questionou sobre o assunto. Ele disse ter demorado alguns segundos para respondê-la. “Acho que ela se sentiu ignorada e perguntou se minha mãe não havia me dado educação. E respondi que sim, minha mãe tinha me dado educação, porém tinha me ensinado também com quem usar, já que ela estava sendo grosseira comigo naquele momento”.
Segundo ele, a funcionária não gostou da resposta, mas se afastou e retornou ao serviço. Momentos depois, a esposa dele foi chamada para o consultório. A paciente entrou na sala, mas o marido demorou um pouco para também se deslocar. Por isso, ele foi novamente questionado pela funcionária.
“Disse que como eu estava lá como acompanhante, tinha que estar acompanhando [a esposa] na consulta. Pedi só alguns segundos, que acabaria de responder uma mensagem e já entraria no consultório”, relembrou Wesley.
Confusão aconteceu em UPA de Itanhaém (SP) — Foto: Reprodução
Segundo o ajudante de pedreiro, a funcionária respondeu que iria retirá-lo da UPA, mas ele argumentou que o local é um prédio público e não teria motivo para sair, pois estava acompanhando a esposa. Desta forma, a mulher informou que acionaria a Guarda Civil Municipal (GCM).
O homem perguntou a identificação da funcionária, que disse estar sem crachá. Por isso, Wesley ameaçou fotografá-la. “Foi quando ela se alterou ainda mais, exaltando-se e gritando comigo. No momento que eu fui registrar aquele ato, ela acabou tomando o celular da minha mão e partindo para cima de mim”.
Ao g1, Wesley explicou que a esposa dele tentou intervir e acabou sendo agredida. Na confusão, a paciente foi levada de novo para uma sala. “Me deparei com a porta fechada e uma funcionária da UPA escorando essa porta. No momento tive que entrar à força e, quanto cheguei, vi minha esposa cercada por funcionários da UPA sendo agredida novamente”.
O jovem falou que tentou imobilizar uma funcionária para que a esposa conseguisse deixar o local, pois estava quase desmaiando. “Nessa tentativa de imobilização, chegou o outro rapaz que também era funcionário da UPA pelas minhas costas, me deu uma gravata, me jogou no chão por cerca de alguns instantes. Fui obrigado a fazer manobra de defesa para poder não ser asfixiado naquele momento”, enfatizou.
Nas imagens, é possível ver Wesley em luta corporal com o funcionário, enquanto outros pacientes e funcionários tentavam separar. Segundo o homem, a Polícia Militar e a GCM foram acionadas, encaminhando todos para a delegacia, onde o caso foi registrado.
O município informou, por meio de nota, que servidoras e servidores municipais da UPA foram agredidos por um “usuário que aguardava atendimento”.
“A Guarda Civil Municipal e a Polícia Militar foram acionadas. A GCM encaminhou o agressor e as vítimas para a delegacia”, acrescentou o município, em nota.
A administração municipal ainda informou que a UPA atende em média 600 pessoas por dia e o quadro de médicos está completo. “A Prefeitura de Itanhaém repudia qualquer tipo de violência contra servidoras e servidores e informa que será prestado todo apoio necessário”.
Procurada pelo g1, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) não se manifestou sobre o caso até a publicação desta matéria.
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