Caso Tyre Nichols: cinco ex-policiais de Memphis se declaram inocentes na morte de jovem negro

Os cinco policiais, todos soltos sob fiança, apresentaram as suas alegações na Corte Criminal do Condado de Shelby, onde foram formalmente acusados de homicídio, agressão, sequestro, má conduta policial e abuso de autoridade.

“Me sinto como se estivesse muito anestesiada, esperando alguém me acordar”, disse a mãe de Nichols, RowVaughn Wells, ao deixar a sala de audiência.

“Eu queria que cada um daqueles policiais me olhasse na cara, mas eles não tiverem nem a coragem de olhar para mim”, afirmou.

Os cinco ex-policiais Tadarrius Bean, Demetrius Haley, Emmit Martin, Desmond Mills Jr. e Justin Smith são negros também. Eles foram demitidos da corporação, e a unidade especial a qual pertenciam foi desmantelada.

O juiz do caso, James Jones, marcou para 1º de maio o primeiro depoimento do caso. Os ex-policiais podem pegar até 60 anos de prisão se forem condenados por assassinato.

Dois xerifes substitutos do condado de Shelby que atenderam a ocorrência foram suspensos por cinco dias sem pagamento.

Nichols, que tinha 29 anos, era pai, gostava de andar de skate e estudava fotografia, tentou conversar com os policiais enquanto eles davam ordens aos gritos e o ameaçavam com violência.

“Vocês estão realmente se excedendo agora. Estou apenas tentando ir para casa”, disse Nichols em certo momento quando estava sentado na rua enquanto os policiais tentavam subjugá-lo.

Quando os policiais o pegaram, foi espancado, apanhou com um bastão e levou chutes quando já estava no chão. A menos de cem metros de casa, ele tentou chamar a sua mãe várias vezes.

No vídeo, os policiais disseram que Nichols tinha passado no sinal vermelho de forma perigosa e outro afirmou que o homem tentara pegar a sua arma.