No Brasil tem muita gente querendo empreender. Em 2021, a estimativa era de 43 milhões de pessoas entre 18 e 64 anos que já tinham um negócio (formal ou informal) ou que visavam empreender, segundo relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Mas a prática de identificar uma oportunidade e torná-la um negócio precisa vir acompanhada de planejamento e prevenção de riscos – ou o negócio corre risco de colapsar logo no primeiro ano.
De acordo com a especialista em Direito do Trabalho da Romano, Raunaimer & Frank Sociedade de Advogados, Ingrid Raunaimer, o empreendedorismo não é mais um privilégio restrito às elites social, intelectual e econômica do país.
“O Brasil, atualmente, tem empreendedores das mais diversas classes sociais lançando no mercado seu produto ou serviço advindo de um talento, um conhecimento que adquiriu com estudos ou na tentativa de criar seu próprio negócio e alcançar alguma liberdade financeira e autonomia para trabalhar”, diz.
No entanto, a advogada acredita que o empreendedorismo não é para todos.
“Não no sentido de que apenas pessoas com alta renda podem empreender, mas sim que empreendedores têm características específicas, como coragem para enfrentar crises e riscos, a criatividade e a organização”, explica.
Entre essas características, enumera a especialista, a coragem de lançar seu produto no mercado e correr riscos, persistência, criatividade para criar soluções e saber identificar oportunidades.
“Podemos dizer que o empreendedorismo é para todos que estiverem dispostos a assumir as responsabilidades do seu negócio e, assim, ter sucesso”, afirma a advogada.
Coragem para enfrentar riscos é uma das principais características do bom empreendedor, afirma a advogada. — Foto: Arquivo pessoal
Principais erros
A falta de um planejamento claro quanto aos primeiros passos do lançamento do produto ou serviço é um dos principais erros de quem quer começar um negócio próprio. Este planejamento inclui fazer uma pesquisa de mercado prévia, ou seja, conhecer seu público alvo e quais suas necessidades.
Outro erro é não saber precificar o produto ou serviço, o que faz com que o empreendedor pague para trabalhar e os resultados demorem ainda mais para aparecer.
Um terceiro é a falta de conhecimento sobre os riscos da atividade econômica, no que diz respeito à legislação, tributação e gestão, passando pelas áreas de gestão financeira e marketing. Segundo a advogada, isto pode fazer um negócio fechar em menos de um ano, mesmo com a pesquisa de mercado prévia.
Um dos principais erros dos pequenos empreendedores é não saber precificar os produtos ou serviços. — Foto: Freepik
O quarto erro é quanto à escolha do ponto do estabelecimento.
“Um exemplo corriqueiro, que vejo muito na área trabalhista, é quanto à escolha do ponto comercial para quem abre um negócio físico. Abrir uma pizzaria, por exemplo, em um ponto comercial que foi de outro estabelecimento do mesmo ramo, exige uma análise do histórico da empresa anterior, sob pena de ser responsabilizado na Justiça do Trabalho por dívidas do empreendimento anterior com seus empregados”, conta a especialista.
Ainda assim, toda atividade econômica envolve os riscos do próprio negócio. Por isso, outra característica de um bom empreendedor, seja pequeno ou grande, é estar disposto a enfrentá-los e ter criatividade para lidar com eles.
“Saber da existência dos riscos da atividade é essencial em qualquer momento, e muito mais no atual cenário de insegurança jurídica e econômica que o país passa”, afirma Ingrid Raunaimer.
Além desses fatores, a advogada cita insegurança política, climática e contratos com terceiros como riscos.
Prevenção de riscos
Para evitar a morte precoce de um negócio, existem ferramentas que podem ajudar a prevenir riscos.
De acordo com a advogada, é indispensável a análise prévia de viabilidade do negócio, onde profissionais qualificados apresentam ao pequeno empreendedor se o negócio tem chances de se desenvolver no mercado, as melhores estratégias para crescer e o local ideal para o negócio (físico ou digital) com base no perfil do empreendedor e dos consumidores de seu produto ou serviço.
Feita a análise prévia de viabilidade e com a definição do desenvolvimento do negócio, de forma física ou digital, o empreendedor deve verificar questões que envolvem direito de marca, como verificar se ela já existe e, caso não, fazer o registro.
Se o negócio for físico, deve ser feito um estudo do local para verificar se ele atende às necessidades do negócio e não trazer prejuízos.
Após, é importante passar para a ferramenta de mapa de processos, onde as atividades desenvolvidas no empreendimento serão listadas. A partir daí, serão identificados os processos necessários para que elas sejam realizadas, expondo ao empreendedor como podem ser feitas de forma mais ágil e efetiva, gerando economia e mais lucro ao final.
Entre as vantagens de investir nessas ferramentas, segundo Raunaimer, é que elas evitam que o negócio ‘morra pouco após seu nascimento’, assim como minimiza também riscos de prejuízos financeiros desnecessários, contribuindo para que o novo empreendimento cresça de forma saudável e passe pelos primeiros anos fortalecido, e não falido.
Auxílio jurídico
Segundo a advogada, o profissional do direito especializado na área tem o conhecimento das ferramentas apresentadas e da legislação aplicável ao negócio, podendo dar orientações a quem pretende começar a empreender.
Advogados com especialização na área trabalhista podem oferecer suporte jurídico ao pequeno empreendedor. — Foto: Arquivo pessoal
“Orientamos a respeito de situações relacionadas às atividades do negócio depois de seu ‘nascimento’ como orientações no processo de contratação de funcionários, melhores formas de contratar, o que melhor atende negócio e gera menos gastos e maior lucro, entre outros. Os empreendedores nos procuram para fazer contratos com empresas terceirizadas de forma que garanta segurança ao negócio. Também esclarecemos dúvidas relacionadas a problemas com fiscalização de órgãos públicos e adequações exigidas por lei”, explica a advogada.
Quem tiver dúvidas a respeito de como empreender de forma segura pode contatar a Romano, Raunaimer & Frank Sociedade de Advogados pelo telefone (13) 99729-2337. O escritório está localizado no prédio The Blue Santos, na Avenida Senador Feijó, 686, Vila Matias, em Santos.
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