Houve a consagração popular ao novo rei, mas também vaias e prisões de antimonarquistas. À pompa e à opulência tradicionais, adicionaram-se toques de modernidade, como a incorporação de outros idiomas além do inglês e um coral gospel aos hinos e à liturgia.
A família real revelou-se mais disfuncional. O filho Harry e o irmão Andrew, protagonistas dos últimos escândalos, foram isolados do núcleo principal. E Camilla, reabilitada definitivamente como rainha britânica.
Apesar do formato enxuto, a coroação de Charles III reforçou a discrepância com a realidade dos britânicos, confrontados com conflitos econômicos desencadeados pelo Brexit, pela pandemia e, mais recentemente, pela crise energética como rescaldo da guerra russa na Ucrânia.
Por outro lado, os pró-monarquistas argumentam que o esplendor e a mística em torno da família real servem como distração e ajudam o público a desanuviar as tensões. E também que os custos da festa, bancados pelo contribuinte, são esporádicos, uma vez que a última coroação ocorreu há sete décadas.
O 40º monarca é também o mais velho a assumir suas funções. O longo tempo de espera para ocupar o trono e as causas progressistas que costuma abraçar dão a Charles III credenciais para reverter o estado de espírito sombrio que paira sobre o país.
Embora histórica e inusual, a coroação pareceu mais uma cerimônia reciclada de outros espetáculos glamurosos promovidos pela realeza e destinados a cooptar o público, entre britânicos e turistas que acenavam para o cortejo.
Agora é com o rei. Charles III precisará de energia para ser o elemento unificador numa sociedade tão divisiva, acalmar os ânimos nas colônias em que é o chefe de Estado e pleiteiam a dissociação do Reino Unido. E, por fim, superar o outro obstáculo que costuma abalá-lo: apaziguar a família exposta pela deserção do filho caçula e pelas desavenças com o herdeiro William.
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Por: G1
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