Menino com paralisia cerebral tem brinquedo favorito destruído, recebe doações e quer distribuir presentes para outras crianças — Foto: Arquivo pessoal
Um menino de seis anos com paralisia cerebral comoveu a web após ver o brinquedo favorito, utilizado como ‘apoio emocional’, ser destruído em um acidente doméstico. Ao g1, a mãe revelou não ter condições financeiras para comprar um novo, mas que uma mobilização nas redes sociais garantiu a reposição do boneco, entre outros itens. Agora, quem foi ajudado quer ajudar. A família, que mora em Santos, no litoral de São Paulo, pretende fazer doações a outras crianças com deficiências.
A relação de Miguel Monteiro com os personagens de Patati e Patatá, representados nos brinquedos, é de longa data. A mãe, a professora Rejane Monteiro, conta que a criança foi adotada quando tinha um ano, mas que passava grande parte do tempo no orfanato assistindo aos conteúdos dos palhaços. “Desde que ganhou os bonecos [já com a família adotiva], se tornaram a companhia dele“.
A separação momentânea de um dos brinquedos aconteceu há cerca de 15 dias. O menino e o padrasto passeavam quando o ‘Patatá’ caiu na rua e se sujou. Ao voltarem para casa, o homem colocou o boneco na máquina de lavar roupas, mas o resultado foi um desastre.
Ele falava: ‘Mamãe, a cabeça do Patatá explodiu’. Ficou desesperado!
— Rejane Monteiro, mãe do menino
A história foi compartilhada nas redes sociais no mês passado pela página no Facebook “Moro em São Vicente e Região”. Desde então, ainda segundo a mãe, a família recebeu inúmeras doações de produtos relacionados aos citados personagens.
“Além dos bonecos, chegaram tapetes, chinelos, camisetas e tudo o que você pode imaginar”, contou Rejane. A intenção, agora, é doar alguns itens para outras crianças com deficiência. “É importante partilhar com o outro. Na cabeça do Miguel, as coisas mais importantes são os bonecos, e ele quer dividir com os amiguinhos“.
Objeto de ‘apoio emocional’
O g1 também conversou com a psicóloga Mariana Gomes do Rosário, que explicou a representação da segurança em forma de objeto. “Pode ser qualquer coisa, um cobertor, uma chupeta, bichinho de pelúcia, brinquedo, entre outros. Qualquer item que passe essa sensação“.
A profissional ressalta que, embora possa fazer parte da rotina e até ajudar em “processos de transição” em determinados estágios da vida, como o desmame, por exemplo, é preciso ter cuidado.
“O ideal é que sempre exista um equilíbrio. Que ele faça parte do desenvolvimento da criança, mas que ela não desenvolva com o objeto uma relação de total dependência”.
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