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Cúpula do Brics deve debater guerra na Ucrânia, moeda única e adesão de novos países, diz Itamaraty

today17 de agosto de 2023 9

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Formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o grupo costuma se reunir anualmente. A próxima cúpula acontecerá nos dias 22, 23 e 24 deste mês, em Joanesburgo (África do Sul).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará do encontro, e integrantes do governo brasileiro já estão no país negociando os termos dos assuntos a serem discutidos.

O g1 já havia noticiado em julho que Lula avaliava fazer um “giro” no continente a fim de tentar reaproximar o Brasil dos países africanos – antecessor do petista, Jair Bolsonaro não esteve na África durante o mandato (2019-2022).



Nesta quarta-feira, o Itamaraty confirmou que, após a cúpula dos Brics na África do Sul, Lula também terá agendas em Angola e em São Tomé e Príncipe.

Convocada reunião extraordinária dos Brics

Convocada reunião extraordinária dos Brics

A cúpula na África do Sul

De acordo com o Itamaraty, três assuntos são considerados “principais” na cúpula deste ano:

O tema deverá ser discutido no chamado “retiro” dos líderes dos Brics, isto é, no encontro do qual participam somente os chefes de Estado e de governo dos países.

Segundo o Itamaraty, o presidente russo, Vladimir Putin, não estará presencialmente e deverá participar de forma virtual. Ele será representado nos demais eventos da cúpula pelo chanceler russo, Sergei Lavrov.

A guerra entre Rússia e Ucrânia já dura um ano e meio, e Lula tem defendido a criação de um grupo formado por países que possam mediar um eventual acordo – o presidente costuma citar, além do Brasil, a China, a Índia e a Indonésia.

“Acho que a gente tem que diferenciar o que é discutido entre os líderes [no retiro] e o que ficará na declaração [da cúpula]. Eu acho que, certamente, o que é conversado entre os líderes será, sobretudo no retiro, muito mais rico do que o que ficará na declaração. Por quê? A declaração resguarda a posição dos países e nós sabemos que elas são um pouco diferentes”, afirmou nesta quarta o secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Saboia.

Segundo o Itamaraty, 22 países já entraram com pedido de adesão aos Brics. O próprio presidente Lula tem defendido que países como Argentina, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita entrem no grupo.

De acordo com Eduardo Saboia, os negociadores da cúpula têm conversado sobre os parâmetros a serem observados para que outros países possam entrar nos Brics, mas que a decisão política sobre autorizar ou não a entrada e de quais países caberá aos chefes de Estado e de governo.

“A expansão dos Brics está na agenda do encontro privado dos líderes, no dia 22 à noite. Esses temas, no nível político, serão tratados neste momento. […] Estamos discutindo critérios e princípios que vão embasar esses anúncios, essas medidas que venham ser tomadas no nível político. Não vou antecipar quais são porque, para isso, tem a reunião de líderes. Mas o trabalho de preparação de diretrizes voltado para preservar a coesão dos Brics está sendo feito no nível dos negociadores”, afirmou.

Segundo o Itamaraty, outro tema a ser debatido durante a cúpula é a adoção de uma moeda única como base para negociações financeiras entre os países dos Brics.

Lula tem defendido que os países tenham a opção de fazer as negociações em outra moeda além do dólar e que o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco dos Brics, possa escolher qual moeda utilizar. O presidente argumenta que a mudança pode fortalecer outras moedas.

De acordo com o Itamaraty, após deixar a África do Sul, Lula seguirá para Angola, onde diversos compromissos, entre os quais:

  • reunião com o presidente do país, João Lourenço;
  • visita e discurso na Assembleia Nacional de Angola;
  • encontro com empresários de setores como alimentos, farmacêutico, máquinas agrícolas e serviços de aviação;
  • visita à sede do Instituto Guimarães Rosa.

Ao final da agenda em Angola, ainda segundo o Itamaraty, Lula seguirá para São Tomé e Príncipe para participar da Cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

De acordo com o governo brasileiro, um dos temas a serem discutidos na cúpula será o financiamento do organismo multilateral.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

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